Estudo japonês sugere fatores que podem acelerar queda da proteção oferecida pela vacina da Pfizer
Foi publicado, em 17 de novembro, na plataforma de preprints MedRxiv, um artigo com dados de um estudo realizado no Japão, que aponta que fatores como idade, gênero e tabagismo podem acentuar a diminuição da quantidade de anticorpos contra o SARS-CoV-2 em indivíduos que foram imunizados com a vacina da Pfizer-BioNtech.
A pesquisa foi conduzida apenas entre profissionais da saúde que já haviam recebido as duas doses do imunizante citado anteriormente. No total, amostras de sangue de 365 voluntários foram analisadas, sendo 250 de mulheres e 115 de homens. Os materiais do estudo foram coletados, em média, 6 meses após os participantes terem completado o esquema de vacinação contra a COVID-19.
Com as análises, constatou-se que, em média, os participantes tinham 539 unidades (U) de anticorpos (específicos contra a proteína Spike, presente na membrana do coronavírus) por mililitro (mL) de sangue. Essa quantidade, no entanto, variou, em especial, de acordo com a idade dos indivíduos. As unidades de anticorpos encontrada diminuiu com o aumento da idade.
Tal decréscimo no número de anticorpos de acordo com o aumento da idade é um resultado já relatado por outras pesquisas e, de certa forma, já era um resultado esperado entre especialistas. O que realmente chamou a atenção, foi o fato de outras duas variáveis também influenciarem o decréscimo da imunidade: o gênero dos voluntários e o fato deles serem ou não fumantes. Enquanto os homens, em média, tiveram uma queda de 25,1% na quantidade de anticorpos, as mulheres experimentaram uma taxa de declínio de 31,6%. Quando comparados os indivíduos fumantes aos não-fumantes, por outro lado, viu-se que o primeiro grupo apresentava, em média, 157 U/mL anticorpos a menos que o segundo.
Apesar dos resultados do estudo apontarem fatores que merecem atenção, a amostra da pesquisa foi pequena e ainda não é possível concluir que as tendências apresentadas irão se manter como regra na população em geral. Para confirmar os achados do estudo japonês, outros trabalhos mais amplos devem ser realizados.
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