Chile
- Observium UFRJ
- 2 de jun. de 2022
- 5 min de leitura
Atualizado: há 2 dias
Utilização Correta de Inaladores Dosimetrados (MDI)
A autoridade regulatória do Chile (ISP) divulgou orientações para o uso correto de inaladores dosimetrados, que são dispositivos portáteis que administram medicamentos em forma de aerossol inalável. Os aparelhos apresentam cartuchos pressurizados que são responsáveis por liberar o medicamento e são usados principalmente para o tratamento de asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
No geral, esses inaladores são compostos pelo cartucho (carrega o medicamento), a válvula (libera a dose adequada) e o recipiente externo (estrutura que abriga o cartucho e a saída por onde o medicamento passará).
Diante disso, o ISP indicou as seguintes etapas para garantir a administração adequada do medicamento através destes dispositivos:
Agitar o inalador cerca de 5 vezes antes do uso para homogeneizar o medicamento dentro do cartucho;
Remover a tampa do inalador;
Colocá-lo em forma de L, segurando a parte superior com o dedo indicador e a parte inferior com o polegar;
Expirar até esvaziar o máximo de ar possível dos pulmões;
Pressionar a válvula para liberar uma dose enquanto inspira lentamente;
Prender a respiração e contar mentalmente até 10, em seguida expirar suavemente;
No caso de repetição da dose, aguardar entre 1 e 2 minutos;
Por fim, enxaguar a boca com água.
Abrysvo® e Arexvy®: Risco Potencial de Síndrome de Guillain-Barré
O Instituto de Salud Publica do Chile, ISP, publicou uma nota de segurança sobre as vacinas contra o Vírus Sincicial Respiratório (VRS), Abrysvo® e Arexvy®, para adultos com 60 anos ou mais, e sua possível ligação com a Síndrome de Guillain-Barré (SGB). Além disso, comparou essas vacinas com o anticorpo monoclonal nirsevimabe (Beyfortus®), usado em lactentes.
O VRS é um vírus respiratório comum e altamente contagioso, que pode causar desde sintomas leves, como resfriado, até infecções graves, especialmente em bebês, idosos e pessoas com sistema imunológico enfraquecido. Não há tratamento específico para o VRS, mas a prevenção é possível através da imunização.
Tanto a vacina Abrysvo® quanto a Arexvy® possuem registro sanitário no Chile, estando aprovadas, entre outras indicações, para a prevenção do
doença das vias respiratórias inferiores causada pelos subtipos VRS-A e VRS-B do
vírus respiratório sincicial em adultos a partir de 60 anos, mas não faz parte atualmente
do Programa Nacional de Imunizações do país.
Recentemente, a FDA (agência reguladora dos EUA) publicou novas informações de segurança indicando um possível aumento do risco de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) em pessoas com mais de 65 anos nos 42 dias após a vacinação. É importante ressaltar que, embora os resultados sugiram um risco maior, a evidência ainda é insuficiente para estabelecer uma relação causal definitiva. O balanço entre os benefícios e os riscos das vacinas ainda é considerado positivo.
O SGB é um distúrbio raro em que o sistema imunológico ataca os nervos, causando fraqueza muscular e, em casos graves, paralisia. A maioria das pessoas se recupera completamente. Trata-se de um evento adverso bastante raro.
Para Profissionais de Saúde:
● Estar atentos aos sinais e sintomas de SGB em pacientes vacinados contra o VRS (Abrysvo® e Arexvy®) e orientá-los a procurar assistência médica imediata em caso de suspeita.
● Devem notificar os casos suspeitos ao Centro Nacional de Farmacovigilância.
Para Pacientes:
● Estar ciente do risco muito raro de SGB após a vacinação com Abrysvo® e Arexvy®.
● Caso apresentem sintomas como visão dupla, dificuldade para falar ou engolir, problemas de coordenação, fraqueza ou formigamento, devem buscar atendimento médico imediatamente. O diagnóstico precoce pode melhorar o prognóstico.
● É crucial destacar que o risco de SGB associado às vacinas Abrysvo® e Arexvy® não se aplica ao nirsevimab (Beyfortus®), usado em lactentes.
Ibuprofeno: Riscos e Precauções Associados ao Uso de Ibuprofeno
O Instituto de Salud Publica (ISP) do Chile divulgou um alerta sobre riscos e precauções importantes relacionados ao uso do ibuprofeno. O ibuprofeno é um anti-inflamatório não esteroidal (AINE) usado para aliviar dores leves a moderadas, inflamações e febre. Ele age bloqueando a produção de substâncias no corpo que causam dor, febre e inflamação.
As apresentações de ibuprofeno com dosagem máxima de 200 mg (comprimidos ou suspensão oral) podem ser compradas sem receita médica. No entanto, dosagens maiores exigem receita, pois aumentam o risco de efeitos adversos gastrointestinais, renais e cardiovasculares. O ibuprofeno deve ser manejado com cautela e, geralmente, por um curto período de tempo.
O ISP, em conjunto com outras agências reguladoras internacionais, identificou e está comunicando novos riscos associados ao uso do ibuprofeno. Foram apontadas como reações: irritações de pele, que podem ser graves e até fatais, como dermatite esfoliativa, síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica, síndrome DRESS e pustulose exantemática generalizada aguda; Síndrome de Kounis; Toxicidade cardiopulmonar e renal durante o terceiro trimestre da gestação, além de poder causar hemorragia prolongada na mãe e no feto, e atrasar o parto.
Recomendação ao público:
● Se aparecerem sinais ou sintomas de anormalidades cutâneas (manchas vermelhas com bolhas, úlceras na boca/garganta/nariz/genitais/olhos, erupções intensas com febre, inchaço de gânglios linfáticos, erupção vermelha e escamosa com protuberâncias e bolhas), o uso de ibuprofeno deve ser interrompido imediatamente e deve-se procurar atendimento médico;
● Se houver dor no peito após o uso de ibuprofeno, que pode ser um sinal da síndrome de Kounis, o medicamento deve ser suspenso e atendimento médico deve ser procurado imediatamente.
Inibidores de Janus Kinase (JAKi): Alerta do ISP/Chile
O Instituto de Saúde Pública do Chile (ISP) emitiu um alerta sobre os riscos associados aos medicamentos da classe dos inibidores da Janus kinase (JAKi), usados no tratamento de doenças inflamatórias crônicas. Embora eficazes, estudos recentes apontaram um aumento do risco de câncer, eventos cardiovasculares, infecções graves, tromboembolismo venoso e mortalidade com o uso desses medicamentos, especialmente o tofacitinibe, comparado aos inibidores do TNF-α.
Em pacientes com 50 anos ou mais, com artrite reumatoide e fatores de risco cardiovascular, os efeitos adversos foram mais frequentes. Por isso, agências regulatórias internacionais atualizaram suas orientações:
A FDA recomenda o uso de tofacitinibe, baricitinibe e upadacitinibe apenas quando não houver resposta ou tolerância aos inibidores de TNF-α. A EMA sugere a utilização de JAKi somente na ausência de alternativas adequadas. Entre 2013 e abril de 2025, o banco de dados de farmacovigilância do Chile registrou um número elevado de notificações de efeitos adversos relacionados aos JAKi — em especial infecções e trombose, sendo o tofacitinibe o mais citado.
Como resposta, o ISP elaborou diretrizes para orientar profissionais de saúde e pacientes:
Profissionais devem:
Avaliar cuidadosamente o perfil de risco do paciente;
Evitar o uso em maiores de 65 anos, fumantes e pacientes com histórico de
câncer ou doenças cardiovasculares;
Realizar acompanhamento dermatológico regular;
Informar os pacientes sobre os riscos e sinais de alerta.
Pacientes devem buscar atendimento médico urgente em caso de dor no peito, falta de ar, fraqueza súbita, dificuldade para falar ou alterações na pele.
Ambos devem relatar suspeitas de reações adversas ao sistema de vigilância.
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