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OMS - Organização Mundial da Saúde

Ácido fólico - Risco potencial de constipação

Autoridade regulatória da Arábia Saudita emitiu um sinal de segurança sobre o medicamento ácido fólico e o risco potencial de constipação.

O ácido fólico ou folato (vitamina B-9) é importante na formação de células sanguíneas vermelhas e para o crescimento celular saudável e função celular. O nutriente é crucial durante o início da gravidez para reduzir o risco de malformações congênitas no cérebro e na coluna vertebral.

A constipação geralmente é descrita como tendo menos do que três movimentos intestinais por semana. A autoridade detectou um relato de caso nacional e 157 casos internacionais de constipação no VigiBase e extraiu os 30 principais casos do VigiLyze que têm pontuação de 1,0 conforme critérios de avaliação de causalidade da OMS.

Como resultado, a maioria dos casos foram possivelmente ligados ao ácido fólico (21 casos eram possíveis e os outros nove casos foram improváveis). Além disso, a mineração de dados para esta combinação medicamento/evento adverso forneceu uma associação estatística positiva (IC=1,1) até o momento.

A investigação da autoridade concluiu que as evidências atuais disponíveis de avaliação dos relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs, em inglês) e a mineração de dados pode apoiar uma possível relação entre o ácido fólico e a constipação. Este sinal precisa de mais investigação para que se confirme o risco, no entanto, os profissionais de saúde devem estar cientes deste potencial evento adverso.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Ácido gadotérico- Risco de parada cardíaca


A autoridade regulatória do Egito lembrou aos profissionais de saúde sobre o risco de parada cardíaca após a administração de ácido gadotérico, um agente intravenoso de contraste baseado em gadolínio utilizado como contraste em exames de ressonância magnética.


No país foram relatados 2 casos de parada cardíaca após a administração do contraste. Um dos pacientes tinha histórico de hipertensão, diabetes, hipersensibilidade a tetraciclinas e usava stent. O outro paciente havia sido anestesiado antes da ressonância por sofrer de claustrofobia.


Os profissionais de saúde são alertados que em pacientes com doenças cardíacas graves, o ácido gadotérico só deve ser administrado após avaliação cuidadosa de risco-benefício.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Ácido micofenólico - Risco potencial de síndrome da encefalopatia posterior reversível (PRES)


Autoridade regulatória da Arábia Saudita emitiu um sinal de segurança sobre o ácido micofenólico e o risco potencial de síndrome da encefalopatia posterior reversível (PRES).


A PRES apresenta início rápido de sintomas, incluindo cefaléia, convulsões, alteração da consciência e distúrbios visuais, e pode acompanhar a hipertensão aguda.


O ácido micofenólico é um imunossupressor para prevenir a rejeição de órgãos após transplantes hepáticos, renais ou cardíacos, usado em combinação com ciclosporina e corticosteroides.


A autoridade revisou 198 relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs) envolvendo ácido micofenólico e PRES que foram relatados no VigiBase. Os critérios de avaliação de causalidade da OMS foram aplicados em 18 casos (escore de integridade de 0,7 e acima) e 5 casos forneceram associação positiva (possíveis casos).


A mineração de dados indicou associação positiva (IC=4,5) no VigiBase. Além disso, evidências de dois relatos de casos na literatura corroboram esse sinal.


A revisão do SFDA concluiu que as evidências disponíveis atualmente podem apoiar uma relação entre ácido micofenólico e PRES. Os profissionais de saúde devem estar cientes desse risco potencial e estão aconselhados a monitorar quaisquer sinais ou sintomas em pacientes tratados.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Ácido tranexâmico injetável- Risco de erro de administração


A Organização Mundial da Saúde alertou profissionais de saúde sobre o risco de erros de administração que podem potencialmente acontecer com o ácido tranexâmico (TXA) injetável. Foram realizados relatos de administração intratecal do medicamento. Quando administrado por via intratecal o TXA é extremamente tóxico e pode causar sequelas neurológicas e convulsões refratárias, além de apresentar mortalidade de 50%.


O TXA é frequentemente armazenado próximo a outros medicamentos, incluindo anestésicos injetáveis indicados para analgesia espinhal (por exemplo, para cesariana). A apresentação de alguns dos anestésicos são semelhantes à apresentação do TXA (ampola transparente contendo solução transparente), que pode ser erroneamente administrado

ao invés do pretendido anestésico intratecal, resultando em reações adversas indesejáveis ​​graves.


O TXA é um medicamento que salva vidas; no entanto, este potencial risco deve ser considerado e conhecido por toda a equipe para que sejam discutidas formas de minimizar esse risco.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Ácido valpróico (valproato de sódio) - Riscos potenciais de defeitos congênitos e desenvolvimento de distúrbios em crianças

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um declaração de segurança para alertar partes interessadas para a orientação revisada quanto ao uso do ácido valpróico (sal de sódio/valproato de sódio) para o tratamento da epilepsia e transtorno bipolar em mulheres e meninas em idade fértil em adendo ao mhGAP Intervention Guide (https://www.who.int/publications/i/item/9789241549790) e mhGAP Humanitarian Intervention Guide (https://www.who.int/publications/i/item/9789241548922).

Os adendos foram emitidos antes de uma atualização à diretriz mhGAP para profissionais de saúde não especializados que deve ser lançada ainda este ano.

Foram feitas as seguintes recomendações quanto à prescrição de ácido valpróico (valproato de sódio) para mulheres e meninas com potencial reprodutivo:

• Ácido valpróico (valproato sódico) não deve ser prescrito devido ao alto risco de defeitos congênitos e desenvolvimento de distúrbios em crianças expostas ao ácido valpróico (valproato de sódio) no útero.

• Lamotrigina ou levetiracetam devem ser prescritos como monoterapia de primeira linha para casos de convulsões iniciais generalizadas e convulsões iniciais focais.

Para mulheres e meninas com potencial reprodutivo a quem atualmente está prescrito ácido valpróico (valproato de sódio):

• Deve ser orientado o uso de contracepção eficaz, sem interrupção, durante toda a duração do tratamento. As informações devem ser fornecidas sobre os riscos associados ao uso de ácido valpróico (valproato de sódio) durante a gravidez, a prevenção da gravidez e em consulta para aconselhamento contraceptivo caso não esteja usando uma contracepção eficaz.

• Circunstâncias individuais deverão ser avaliadas ao escolher o método contraceptivo e devem envolver a mulher em uma tomada de decisão compartilhada.

• Se uma mulher estiver planejando engravidar, uma pessoa treinada no gerenciamento de epilepsia/transtorno bipolar em mulheres grávidas deve considerar um tratamento alternativo. As mulheres devem ser aconselhadas a consultar seu médico assim que estiverem planejando engravidar e devem ter uma consulta médica urgente em caso de gravidez.

• Todo esforço deve ser feito para mudar o medicamento para uma alternativa apropriada de tratamento antes da concepção. Se mudar não for possível, a mulher deve receber aconselhamento adicional sobre os riscos do ácido valpróico (valproato de sódio) para o feto a fim de sustentar sua tomada de decisão informada.

• Um especialista deve revisar periodicamente se o ácido valpróico (valproato de sódio) é o tratamento mais adequado para a pessoa.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Agonistas do receptor peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1) - Risco potencial de colecistite, colangite e icterícia colestática


Autoridade regulatória do Japão anunciou que a bula dos agonistas do receptor peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP1-1) devem ser revisadas para adicionar o risco de colecistite, colangite e icterícia colestática (doenças agudas da vesícula biliar).


Os agonistas do receptor GLP-1 incluem os seguintes medicamentos: exenatida, semaglutida, dulaglutida, lixisenatida, insulina glargina + lixisenatida, liraglutida, insulina degludeca + liraglutida e tirzepatida, tudo na forma de injeção subcutânea, exceto semaglutida que pode ser encontrada também na forma de comprimido.


A colelitíase é uma reação adversa conhecida destes medicamentos. A autoridade regulatória do Japão avaliou 48 casos domésticos relatados de eventos adversos envolvendo agonistas do receptor GLP1-1. Em 17 casos, uma relação causal entre o medicamento e o evento foi razoavelmente possível. Embora o relatório de eventos e a possibilidade causal não sejam relacionados a todos os agonistas do receptor GLP-1, o mecanismo farmacológico, como a inibição da contração da vesícula biliar, foi considerado capaz de promover a formação de cálculos biliares e causar doença aguda da vesícula biliar como um efeito da classe.


A autoridade concluiu que colecistite, colangite e icterícia colestática devem ser adicionadas como reações adversas clinicamente significativas, além da colelitíase. Profissionais de saúde devem considerar a investigação desses eventos adversos, incluindo exames de imagem, se sintomas como dores abdominais forem observados em pacientes.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Anlodipino/nifedipino: Remoção da contraindicação de uso em gestantes


A autoridade regulatória do Japão anunciou que as bulas do anlodipino e do nifedipino devem ser revisadas para remover a contraindicação em pessoas grávidas e substituir por uma precaução de uso durante a gravidez.


O anlodipino e o nifedipino são bloqueadores dos canais de cálcio indicados para o tratamento de hipertensão e angina de peito.


Após uma revisão conduzida pela autoridade, que incluiu relatos de casos de eventos adversos, resultados de estudos observacionais e outras publicações, concluiu-se que a contraindicação para uso em gestantes pode ser removida e substituída por um precaução de que o anlodipino ou o nifedipino devem ser administrados em pessoas grávidas somente se os benefícios terapêuticos forem considerados superiores aos riscos potenciais.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Anlodipino - Risco potencial de Hipercalemia


Autoridade regulatória da Arábia Saudita emitiu um sinal de segurança relativo ao medicamento anlodipino e o risco potencial de hipercalemia.


O anlodipino é um medicamento anti-hipertensivo pertencente ao grupo dos bloqueadores dos canais de cálcio diidropiridínicos. A hipercalemia é definida como o nível de potássio sérico ou plasmático acima dos limites superiores da normalidade.


Em 2023, a autoridade regulatória detectou um sinal do anlodipino e a hipercalemia, e revisou todas as evidências disponíveis na associação entre eles. Foram encontrados um caso local e 225 casos internacionais no VigiBase (banco de dados global de relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs, em inglês) da OMS) e aplicados os critérios de avaliação da OMS-UMC em trinta casos com a maior pontuação. Isto resultou em dois casos prováveis, dezesseis casos possíveis, seis casos improváveis e seis casos não avaliáveis.


A mineração de dados deste medicamento/RAM foi estimada usando o componente de informação (IC= 1) que revelou uma associação estatística positiva. Além disso, um relato de caso foi encontrado na literatura que dá suporte à associação.


A investigação da autoridade concluiu que as evidências atuais disponíveis de avaliação de causalidade dos casos relatados e da literatura podem apoiar uma relação entre o anlodipino e a hipercalemia. Este sinal precisa de mais investigação para confirmar o risco, e profissionais de saúde devem estar cientes desta potencial reação adversa.


Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Antidiabéticos recentes- Risco de hipoglicemia quando associados a insulina ou sulfoniluréias


Autoridade regulatória da Nova Zelândia alertou profissionais de saúde sobre o risco de hipoglicemia associada aos novos medicamentos antidiabéticos (Peptídeo 1 semelhante ao glucagon-GLP-1,Inibidores do cotransportador de sódio e glicose do tipo 2-SGLT2, Inibidor da Dipeptidil Peptidase IV-DPP4 ) quando também forem utilizadas insulinas e/ou sulfoniluréias.

Esses novos antidiabéticos não costumam estar associados à hipoglicemia quando usados em monoterapia.


Profissionais de saúde devem monitorar e discutir os riscos de hipoglicemia ao prescrever medicamentos para tratar a diabetes melitus tipo 2. Pacientes em uso concomitante de novos antidiabéticos podem exigir uma dose menor de insulina ou sulfoniluréia para prevenir episódios de hipoglicemia.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Medicamentos antituberculose - Risco potencial de reação paradoxal


Autoridade regulatória do Japão anunciou que a bula dos medicamentos utilizados no tratamento da tuberculose (TB) no Japão serão revistas para incluir um aviso sobre o risco potencial de reação paradoxal.


Reação paradoxal a medicamentos para o tratamento da tuberculose refere-se a eventos como aumento de sombras nas radiografias de tórax, aparecimento de novas sombras, derrame pleural e inchaço ou aumento mediastinal ou dos gânglios linfáticos cervicais após o início tratamento, apesar da redução ou negatividade de bactérias da TB no escarro.


A revisão da autoridade ocorreu devido a revisão de informações de prescrição para alguns dos medicamentos antituberculose nos Estados Unidos. Em relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs) relatados no Japão, foram detectados 39 casos em que uma relação causal entre vários medicamentos antituberculose e um evento adverso foi razoavelmente possível.


O mecanismo do evento adverso é atribuído a alergia a uma célula bacteriana de Mycobacterium tuberculosis; portanto, o evento pode ocorrer independentemente do tipo de medicamentos antituberculose.


Levando em consideração a situação no Japão, com baixa prevalência de tuberculose, concluiu-se que tais avisos para todos os agentes antituberculosos é necessário. Caso seja observado agravamento da tuberculose existente ou novo início dos sintomas da doença após o início do tratamento, a decisão de continuar administrando os medicamentos deve ser determinada com base em testes de suscetibilidade ou outras medidas.


Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Amoxicilina: Risco potencial de síndrome de enterocolite induzida por fármacos


A autoridade regulatória da Irlanda anunciou que a bula da amoxicilina será atualizada para incluir o risco potencial de síndrome de enterocolite induzida por fármacos (DIES em inglês) como um evento adverso potencial.


Amoxicilina (como uma única substância ou em combinação com outros antimicrobianos) é uma penicilina semissintética com amplo espectro, sendo indicada para o tratamento de infecções causadas por bactérias gram-positivas e gram-negativas sensíveis à amoxicilina.


Após uma revisão recente dos dados de segurança disponíveis pela autoridade regulatória de medicamentos europeia, uma causalidade entre o uso de amoxicilina e DIES foi considerada razoável.


A síndrome de enterocolite induzida por fármacos é uma reação alérgica cujo principal sintoma é o paciente apresentar vômitos prolongados (1-4 horas após a administração do medicamento) em ausência de sintomas de alergias de pele ou respiratórias.


O avanço dos sintomas podem incluir dor abdominal, diarreia, hipotensão ou leucocitose com neutrofilia. Há casos graves de DIES que progrediram para choque. Esta síndrome foi relatada principalmente em crianças que receberam amoxicilina.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Amoxicilina: Risco potencial de síndrome coronariana concomitante à uma reação alérgica


A autoridade regulatória do Japão anunciou que a bula da amoxicilina deve ser revista para incluir o risco de síndrome coronariana acompanhada de uma reação alérgica. Após revisar casos nacionais e internacionais, a autoridade concluiu que uma relação causal entre o uso do medicamento e o evento é razoavelmente possível.


Os profissionais de saúde são aconselhados a conhecer se o paciente tem histórico médico de reações alérgicas a antimicrobianos antes de iniciar o tratamento com amoxicilina.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Atezolizumabe: Risco potencial de lesão renal aguda


A autoridade regulatória da Coréia do Sul atualizou a bula do atezolizumabe para incluir o risco potencial de lesão renal aguda (LRA) como um evento adverso potencial.


Atezolizumabe é um anticorpo monoclonal que atua inibindo a PD-L1 e é indicado para o tratamento de carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático, câncer de pulmão metastático de células não pequenas e outros tipos de cânceres.


A autoridade sul coreana revisou relatórios com casos graves. Houve um relato fatal de LRA em um paciente no qual foi administrado atezolizumabe para o tratamento do câncer de pulmão de pequenas células em estágio extenso. A associação causal não pôde ser excluída entre o uso de atezolizumabe e a LRA.


Com base no resultado desta revisão e informações das autoridades reguladoras dos EUA e do Japão, a autoridade da Coréia do Sul atualizou a bula do atezolizumabe para incluir o risco de LRA.


Profissionais de saúde devem ser lembrados do possível risco de toxicidade renal com o uso de atezolizumabe - contendo regimes de quimioterapia - e são aconselhados a monitorar qualquer sinal de sintomas renais graves durante o uso deste medicamento.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Bupropriona: Risco potencial de parada cardíaca ou morte súbita através da síndrome de Brugada


A Autoridade regulatória da Irlanda anunciou que a bula da bupropiona será atualizada para informar que seu uso pode precipitar a síndrome de Brugada, que é uma doença rara hereditária que pode levar à parada cardíaca ou morte súbita.


A bupropiona é indicada para o tratamento do transtorno depressivo maior, dependência de nicotina e para controle de peso em pacientes específicos.

Os pacientes são aconselhados a consultar seu médico antes de tomar bupropiona, especialmente se tiverem diagnóstico de síndrome de Brugada ou se houver histórico familiar de parada cardíaca ou morte súbita.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Cabergolina: Riscos potenciais de hipertensão, infarto do miocárdio, convulsões, acidente vascular cerebral ou transtornos psiquiátricos em puérperas


A Autoridade regulatória da Irlanda anunciou que a bula da cabergolina será atualizada para incluir que eventos adversos graves incluindo hipertensão, infarto do miocárdio, convulsões, acidente vascular cerebral ou distúrbios psiquiátricos foram relatados em puérperas tratadas com cabergolina para inibição de lactação.


Cabergolina é indicada para o tratamento de disfunções associadas com hiperprolactinemia em mulheres e na doença de Parkinson.


Os profissionais de saúde estão aconselhados a monitorar cuidadosamente a pressão arterial durante o tratamento. Cabergolina deve ser descontinuada e a paciente deve ser avaliada prontamente em caso de hipertensão, sugestiva dor torácica, dor de cabeça severa, progressiva ou persistente (com ou sem distúrbios visuais) ou evidência de qualquer toxicidade do sistema nervoso central.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Cefalosporinas: Risco potencial de erupção medicamentosa fixa


A Autoridade regulatória da Índia revisará a bula das cefalosporinas para incluir a erupção medicamentosa fixa como uma potencial reação medicamentosa.


As cefalosporinas são um grupo de antibióticos pertencentes a uma classe dos beta-lactâmicos, indicadas para tratar uma ampla gama de infecções por bactérias gram-positivas e gram-negativas.


Foram revisados 203 relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs) de cefalosporina associada à erupção medicamentosa fixa e uma relação causal entre eles foi encontrada.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Cefalosporinas - Risco potencial de convulsões


Autoridade regulatória do Canadá anunciou que a bula das cefalosporinas serão atualizadas para incluir o risco potencial de convulsões para todas as cefalosporinas. Como o risco de convulsões já foi incluído para algumas cefalosporinas, essa atualização aplica-se às cefalosporinas que atualmente não incluem esse risco em suas bulas.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Cefalosporinas - Risco potencial de neurotoxicidade


A autoridade regulatória da Nova Zelândia anunciou que está trabalhando junto aos fabricantes de cefalosporinas para que seja realizada a atualização das bulas para inclusão do risco potencial de neurotoxicidade.


As cefalosporinas são antibióticos beta-lactâmicos de amplo espectro usados no tratamento de uma série de infecções. São agrupados em cinco gerações com base em suas propriedades antibacterianas.


Relatos de caso internacionais evidenciaram que, comparado a outras cefalosporinas, o cefepime foi associado mais frequentemente à neurotoxicidade. No entanto, a neurotoxicidade foi relatada em todas as gerações de cefalosporinas.


Relatos de neurotoxicidade com as cefalosporinas são principalmente caracterizados por encefalopatia, mioclonia e/ou convulsões. Fatores de risco incluem idade avançada, insuficiência renal, distúrbios do sistema nervoso central subjacente e via de administração intravenosa.


A autoridade regulatória recomendou que os profissionais de saúde considerem o risco potencial de neurotoxicidade das cefalosporinas em pacientes com os fatores de risco listados acima. Em tais casos, a retirada do medicamento deve ser considerada.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - No. 3, 2023


Ceftriaxona e cefotaxima - Risco potencial de reação de hipersensibilidade grave


Autoridade regulatória do Egito emitiu um alerta para reforçar sobre a necessidade de medidas de segurança para minimizar o risco potencial de reação de hipersensibilidade grave, anafilaxia e outros efeitos adversos como risco de vida com o uso de ceftriaxona e cefotaxima. Esses antibióticos indicados para o tratamento de diversas infecções, e são estritamente contraindicados em pacientes com histórico de hipersensibilidade imediata a cefalosporinas.


A autoridade regulatória recebeu denúncias de hipersensibilidade, anafilaxia e outros efeitos adversos com risco de vida que podem estar relacionados à administração inadequada desses medicamentos ou administração sem teste de sensibilidade.


Antes da administração, os profissionais de saúde devem verificar se o paciente já teve reações de hipersensibilidade à cefotaxima sódica, ceftriaxona, cefalosporinas, penicilina ou outro medicamento. O teste de sensibilidade deve ser realizado antes de cada dose. É recomendado administrar estes medicamentos no hospital com preparo para medidas emergenciais.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Clobetasol: Risco potencial de efeitos indesejáveis graves com o uso prolongado


O clobetasol é um corticosteróide muito potente comumente utilizado na formulação de medicamentos de uso tópico como cremes e pomadas. É indicado para o alívio da inflamação em dermatoses responsivas a esteróides que são resistentes a corticosteróides menos potentes.


A Autoridade regulatória da Irlanda anunciou que as bulas desse medicamento foram atualizadas no país para incluir o risco potencial de efeitos indesejáveis graves com o uso prolongado, que podem incluir infecções graves por osteonecrose e imunossupressão sistêmica.


Os profissionais de saúde são aconselhados a considerar um corticóide menos potente caso o tratamento seja clinicamente justificado além de quatro semanas. Cursos repetidos, mas curtos, de clobetasol podem ocorrer para controlar as exacerbações.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Codeína + ibuprofeno: Riscos potenciais de insuficiência renal e danos gastrointestinais


A Autoridade regulatória da Europa recomendou uma mudança na bula de medicamentos que combinem codeína com ibuprofeno para incluir um aviso de risco potencial de danos graves, incluindo morte, especialmente quando tomados por períodos prolongados em doses acima do recomendado.


A codeína com ibuprofeno é uma combinação de um opióide (codeína) e um antiinflamatório (ibuprofeno), que é indicada para o tratamento da dor. O uso repetido de codeína com ibuprofeno pode levar à dependência e abuso devido à codeína.


A autoridade analisou vários casos de doenças renais, gastrointestinais e toxicidades metabólicas que foram relatados em associação com casos de abuso e de dependência de codeína com ibuprofeno, algumas das quais foram fatais.


Descobriu-se que, quando tomados em doses acima do recomendado ou por um período prolongado, a codeína com o ibuprofeno podem causar acidose tubular renal. Disfunção renal também pode causar hipocalemia, que por sua vez pode causar sintomas como fraqueza muscular e tontura. Portanto, acidose tubular renal e hipocalemia serão adicionados à bula como novos efeitos adversos potenciais da associação entre ibuprofeno e codeína.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Colistimetato injetável - Risco potencial de Síndrome de Pseudo-Bartter


Autoridade regulatória da Europa recomendou uma mudança na bula de produtos injetáveis contendo colistimetato para incluir o risco potencial de Síndrome de Pseudo-Bartter (SPB). SPB é definida como alcalose metabólica hipoclorêmica e hipocalêmica na ausência de patologia tubular renal.


O colistimetato injetável é um antibiótico pertencente ao grupo de polimixinas, indicado para o tratamento de determinadas infecções bacterianas. A autoridade revisou alguns casos na literatura de SPB relatados em crianças e adultos após o uso intravenoso de colistimetato e recomendou a alteração da bula para incluir esse risco potencial.


Os profissionais de saúde são orientados de que os eletrólitos séricos devem ser monitorados em casos suspeitos e a gestão clínica apropriada deve ser iniciada. No entanto, a normalização do desequilíbrio eletrolítico pode não ser alcançada sem a interrupção do colistimetato. Se os pacientes experimentarem espasmo muscular, fadiga ou aumento do volume urinário a qualquer momento, eles devem informar ao seu médico imediatamente, pois esses eventos podem estar relacionados à Síndrome de Pseudo-Bartte.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Corticosteróides sistêmicos: Risco potencial de crise de feocromocitoma


A Autoridade regulatória da Nova Zelândia anunciou que a bula dos corticosteróides sistêmicos deve ser atualizada para incluir o risco potencial de crise de feocromocitoma.


Os feocromocitomas são tumores na medula adrenal que normalmente secretam catecolaminas, e a crise de feocromocitoma é um evento adverso raro, com risco de vida, em que há altos níveis de liberação de catecolaminas dos feocromocitomas.


A crise de feocromocitoma após a administração de corticosteróides sistêmicos para pacientes com feocromocitoma foi reportada internacionalmente. Embora existam várias hipóteses, o mecanismo pelo qual corticosteróides sistêmicos desencadeiam crise de feocromocitoma não foi confirmado.


Os profissionais de saúde são aconselhados que os corticosteróides só devem ser administrados em pacientes com suspeita ou identificação de feocromocitoma após uma avaliação apropriada do risco/benefício.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Dabrafenibe - Risco potencial de coagulação intravascular disseminada (CIVD)


Autoridade regulatória da Arábia Saudita emitiu um alerta de segurança sobre o dabrafenibe e o risco potencial de coagulação intravascular disseminada (CIVD). A CIVD é caracterizada por uma ampla ativação da coagulação resultando na formação intravascular de fibrina e em última análise oclusão trombótica de vasos de pequeno e médio portes.


Dabrafenibe é um medicamento antineoplásico indicado para o tratamento de melanoma e câncer de pulmão de células não pequenas.


A autoridade revisou 21 relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs) envolvendo dabrafenibe e CIVD que foram informados no VigiBase. Os critérios de avaliação de causalidade OMS-UMC foram aplicados em 13 casos (pontuação de integridade 0,5 e acima) e 2 casos forneceram associações positivas (2 casos possíveis). A extração de dados indicou uma associação positiva (IC=2,4) no VigiBase. Além disso, evidências de dois relatos de casos publicados na literatura apoiaram este sinal.


A revisão da autoridade concluiu que as evidências disponíveis podem apoiar uma relação entre dabrafenibe e CIVD. Este sinal precisa de mais investigação para confirmar o risco potencial; no entanto, os profissionais de saúde devem estar atentos a este efeito adverso potencial.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Denosumabe- Risco potencial de hipocalcemia severa em pacientes em diálise


A Agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA) está investigando o risco potencial de hipocalcemia severa com desfechos graves como hospitalização e morte em pacientes com insuficiência renal grave que realizam tratamento com diálise e utilizam o medicamento denosumabe. O FDA alertou os profissionais de saúde e pacientes sobre esse risco potencial e prossegue com a investigação.


As informações de segurança do medicamento já incluem a hipocalcemia como um evento adverso potencial ao uso do medicamento em pacientes com insuficiência renal grave ou que realizam tratamento com diálise.


Os profissionais de saúde devem considerar esse risco ao prescreverem denosumabe para pacientes em diálise. Quando o medicamento for necessário, a suplementação com cálcio e vitamina D, além do monitoramento frequente do cálcio no sangue podem ajudar a diminuir a probabilidade ou a gravidade desse risco. Os pacientes em diálise devem ser aconselhados a procurar ajuda imediatamente, se apresentarem sintomas de hipocalcemia.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Diazóxido – Risco potencial de derrame pericárdico

Autoridade regulatória do Canadá anunciou a atualização da bula do diazóxido para incluir o risco potencial de derrame pericárdico.

O uso do diazóxido está autorizado para casos de hipoglicemia em bebês, crianças e adultos, causado por um nível acima do normal de insulina no sangue (hiperinsulinismo) associado a tumores específicos, cirurgias, condições médicas maternas ou fetais, complicações ou condições genéticas, quando outras terapias não forem viáveis.

A revisão de segurança foi realizada devido a casos publicados na literatura. A autoridade revisou oito casos internacionais de derrame pericárdico em pacientes tomando diazóxido. Destes, seis ocorreram em bebês e crianças. Dos oito casos, dois estão provavelmente ligados ao uso de diazóxido, quatro possivelmente ligados e dois dificilmente estariam ligados.

Concluiu-se que há uma possível ligação entre o uso de diazóxido e o risco potencial de derrame pericárdico. A autoridade do Canadá está trabalhando com os fabricantes para atualizar as bulas do diazóxido.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Dupilumabe: Risco potencial de efeitos adversos oculares


A Autoridade regulatória do Reino Unido anunciou que a bula do dupilumabe deve ser atualizada para incluir o risco de olhos secos, bem como para enfatizar a necessidade de agilidade e gestão adequada de qualquer potencial reação ocular.


Dupilumabe é um anticorpo monoclonal que inibe a sinalização da interleucina-4 e da interleucina-13 e é indicado para o tratamento de dermatite atópica em adultos e crianças.


A autoridade recebeu 479 relatórios que incluem suspeita de efeitos adversos oculares com o dupilumabe. 111 desses relatórios foram considerados graves. 9 relatórios (representando cinco casos) de ceratite ulcerativa foram recebidos, dos quais dois casos eram de perfuração da córnea.


Atualmente, não é possível prever quem pode experimentar as reações adversas oculares mais raras e graves, como a ceratite ulcerativa. Portanto, para todas as reações oculares, é importante que os pacientes recebam atendimento imediato, com tratamento adequado para prevenir ou minimizar os danos aos olhos. Profissionais de saúde devem revisar prontamente novos aparecimentos ou agravamento de sintomas oculares, encaminhando os pacientes para exames oftalmológicos, conforme o caso.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Durvalumabe: Risco potencial de mielite transversa


A Autoridade regulatória da Europa recomendou a atualização da bula do durvalumabe para incluir o risco de mielite transversa.


Durvalumabe é um anticorpo monoclonal que bloqueia o PD-L1, e é indicado para o tratamento do câncer de pulmão.


Com base nas evidências disponíveis, considera-se que uma relação causal entre o uso do durvalumabe e o risco de mielite transversa seja razoavelmente possível.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Erenumabe - Risco potencial de síndrome de Raynaud


Autoridade regulatória da Arábia Saudita emitiu um alerta sobre o erenumabe e o risco potencial de síndrome de Raynaud.


A síndrome de Raynaud é um distúrbio vasoespástico reconhecido como um vasoespasmo transitório, episódico e reversível dos vasos sanguíneos periféricos e caracterizado por mudanças de cor que variam do branco, causado pela constrição das artérias digitais (fase isquêmica), ao azulado-cianótico (fase cianótica) e finalmente ao vermelho devido à vasodilatação (fase hiperêmica).


O erenumabe é um anticorpo monoclonal IgG2 e é indicado para profilaxia da enxaqueca.


A autoridade revisou 58 relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs) envolvendo erenumabe com síndrome de Raynaud que foram relatados no VigiBase. Os critérios de avaliação de causalidade do WHO-UMC foram aplicados em 13 casos (escore de integridade de 0,6 e acima) e 8 casos forneceram associação positiva (1 caso provável e 7 casos possíveis). A mineração de dados indicou associação positiva (IC=3,1) no VigiBase. Além disso, evidências de um artigo de revisão e um relato de caso na literatura apoiaram esse sinal.


A revisão concluiu que as evidências disponíveis podem apoiar uma relação entre o erenumabe e a síndrome de Raynaud. Os profissionais de saúde devem estar cientes desse risco potencial e são aconselhados a monitorar quaisquer sinais ou sintomas em pacientes tratados.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Escopolamina e butilscopolamina - Risco potencial de erros de medicação resultando em graves reações adversas

Autoridade regulatória da Espanha alertou os profissionais de saúde sobre o risco potencial de erros de medicação de administração de escopolamina em vez de butilescopolamina resultando em graves reações adversas.

A autoridade recebeu cinco casos de efeitos adversos graves relacionados à administração errada de escopolamina em vez de butilscopolamina. Os pacientes afetados necessitaram de assistência médica. Os erros detectados indicaram que a confusão pode ocorrer durante a prescrição, dispensação ou administração do medicamento.

O nome muito semelhante dos dois ingredientes ativos os torna suscetíveis a confusão. No entanto, suas indicações e posologias são diferentes. Brometo de butilescopolamina (anteriormente chamado butilbrometo de escopolamina), por sua estrutura química com um sal de amônio quaternário, não atravessa a barreira hematoencefálica. É indicado para o tratamento de espasmos gastrintestinais, biliares e geniturinários agudos.

Já o bromidrato de escopolamina, por outro lado, por sua estrutura química com uma amina terciária, atravessa a barreira hematoencefálica e é indicada como uma pré-medicação em anestesia para reduzir a salivação excessiva e as secreções do trato respiratório.

A administração errônea de escopolamina em doses de butilescopolamina envolve uma overdose que pode causar reações adversas anticolinérgicas no nível do sistema nervoso central com sérias consequências. Sinais e sintomas característicos de overdose de escopolamina são dor de cabeça, náusea, vômito, visão turva, confusão, desorientação, perdas de memória e alucinações.

Profissionais de saúde são aconselhados a se atentar detalhadamente para a possível confusão entre escopolamina e butilescopolamina, tanto no momento da prescrição, quanto na distribuição e administração do medicamento.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Estatinas - Risco potencial de miastenia grave e miastenia ocular


Autoridade regulatória da Europa recomendou uma mudança na bula das estatinas para incluir os riscos potenciais de miastenia grave e miastenia ocular.


As estatinas são inibidores da HMG-CoA redutase e incluem atorvastatina, fluvastatina, lovastatina, pitavastatina, pravastatina, rosuvastatina e sinvastatina.


Em alguns casos, as estatinas induziram novamente ou agravaram miastenia grave ou miastenia ocular já preexistentes. O tratamento com as estatinas deve ser descontinuado em caso de agravamento dos sintomas. Recorrências quando a mesma estatina ou uma diferente foram administradas têm sido relatadas.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Finasterida - Risco potencial de ideação suicida e automutilação


Autoridade do Canadá anunciou que a bula da finasterida será atualizada para reforçar os alertas sobre o riscos potenciais de ideação suicida e auto ferimento. A finasterida é indicada para o tratamento e o controle de aumento da próstata e para o tratamento do padrão masculino de queda capilar (alopecia androgenética).


Impulsionada pela publicação de um artigo de mídia que discutiu o risco potencial de suicídio em pacientes em uso de finasterida para queda de cabelo masculina, a autoridade canadense revisou as informaçõe disponíveis. Foram revisados 401 casos encontrados (29 canadenses e 372 internacionais) do banco de dados canadense de vigilância de suicídio, ideação suicida e/ou automutilação em pacientes em uso de finasterida. Destes, 25 casos atenderam aos critérios para avaliação adicional, e 23 casos foram considerados possivelmente ligados ao uso de finasterida.


Na literatura científica, houve um aumento da publicação de evidências científicas mostrando a associação entre o uso de finasterida e os riscos potenciais de suicídio, ideação suicida e automutilação. A revisão encontrou uma possível ligação entre o uso de finasterida e os riscos da ideação suicida e automutilação. Atualmente, não há informações suficientes para estabelecer uma ligação entre o uso de finasterida e o risco de suicídio.


Os profissionais de saúde são aconselhados a rastrear pacientes com fatores de risco psiquiátricos antes de iniciar o tratamento com a finasterida, bem como monitorar continuamente os pacientes durante e após a interrupção do tratamento.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Gabapentina: Risco potencial de dependência química e sintomas de abstinência


A Autoridade regulatória da Irlanda anunciou que a bula da gabapentina será atualizada para indicar a possibilidade de ocorrência de dependência química em doses terapêuticas e sintomas de abstinência após a descontinuação do tratamento.


A gabapentina é indicada para o tratamento da dor neuropática em adultos e como monoterapia ou terapia adjuvante para formas específicas de epilepsia.


Profissionais de saúde devem avaliar cuidadosamente o risco individual de uso indevido, abuso e dependência por parte do paciente antes de prescrever gabapentina.


Pacientes tratados com gabapentina devem ser monitorados para esses sintomas. Caso o uso de gabapentina seja descontinuado, é recomendado que isso seja feito gradualmente ao longo de no mínimo uma semana independente da indicação.


Além disso, síndrome de abstinência em neonatos foi relatada em recém-nascidos expostos intra utero à gabapentina. Co-exposição à gabapentina e opióides durante a gravidez podem aumentar o risco de síndrome de abstinência em neonatos.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Gabapentina: Risco potencial de necrólise epidérmica tóxica (NET)

Autoridade regulatória da Irlanda anunciou que a bula da gabapentina será atualizada para incluir o risco potencial de necrólise epidérmica tóxica (TEN em inglês) sob o título de reações adversas cutâneas graves (SCARs em inglês). A síndrome de Stevens-Johnson (SJS) e reação medicamentosa com eosinofilia e sintomas sistêmicos (síndrome de DRESS) já estão listadas como reações adversas conhecidas.


SJS, TEN e DRESS, que podem exigir tratamento durante a vida toda ou serem fatais, foram relatadas em pacientes tratados com gabapentina. Profissionais de saúde devem aconselhar os pacientes sobre sinais e sintomas, e a necessidade de monitorar de perto as reações de pele ao iniciar o tratamento com gabapentina.


Caso apareçam sinais e sintomas sugestivos dessas reações, a gabapentina deve ser descontinuada imediatamente. Se um paciente desenvolveu um quadro grave de reação como SJS, TEN ou DRESS, o tratamento com gabapentina não deve ser reiniciado neste paciente em nenhum momento.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Gemifloxacino - Cancelamento de registro


Autoridade regulatória do Egito anunciou que o registro de produtos contendo gemifloxacino foi cancelado. O gemifloxacino é um antibiótico da classe das quinolonas e é indicado para o tratamento da bronquite e pneumonia causada por infecções bacterianas.


A comissão técnica da autoridade egípcia considerou que o risco-benefício não é mais favorável devido ao risco potencial de genotoxicidade e a disponibilidade de quinolonas mais seguras em comercialização. Com isso, a autoridade decidiu encerrar a comercialização de produtos contendo gemifloxacino no país.


No Brasil, o medicamento possui registro ativo na Anvisa.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Haloperidol: Risco de rigidez da roda denteada


A Autoridade regulatória da Índia revisará a bula do haloperidol para incluir a rigidez da roda denteada como uma potencial reação adversa.


Haloperidol é indicado para o tratamento da esquizofrenia crônica.


Foram revisados 11 casos de rigidez da roda denteada associados ao uso de haloperidol e uma relação causal entre eles foi encontrada.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Hidroclorotiazida: Risco potencial de síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA)


A Autoridade regulatória do Japão anunciou que a bula da hidroclorotiazida deve ser revisada para incluir o risco potencial de síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) como uma reação adversa potencial.


A hidroclorotiazida é indicada para o tratamento da hipertensão e de edema.


Foram revisados casos de SDRA relatados nacionalmente e internacionalmente. Em casos notificados internacionalmente, uma relação causal entre o medicamento e SDRA foi razoavelmente possível.


Considerando a gravidade da SDRA e seguindo a recomendação de revisão da bula do medicamento na União Europeia, a autoridade japonesa concluiu que SDRA deve ser adicionada como uma reação adversa clinicamente significativa.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Hidroxicloroquina - Risco potencial de dermatose neutrofílica febril aguda (Síndrome de Sweet)


Autoridade regulatória do Japão anunciou que as informações da bula da hidroxicloroquina devem ser revistas para adicionar o risco potencial de dermatose neutrofílica febril aguda (Síndrome de Sweet). A hidroxicloroquina é indicada para o tratamento de lúpus eritematoso cutâneo e lúpus eritematoso sistêmico.


A autoridade avaliou seis casos de eventos adversos relatados (um doméstico e cinco internacionais) envolvendo a hidroxicloroquina e o evento, e em quatro casos internacionais uma relação causal entre o medicamento e o evento foi razoavelmente possível. Foi concluído que a dermatose neutrofílica febril aguda (Síndrome de Sweet) deve ser adicionada como uma reação adversa clinicamente significativa.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Hidroxietilamido - Contraindicação em pacientes com sepse grave e outras condições


1. Autoridade regulatória do Japão anunciou que a bula de produtos contendo hidroxietilamido deve ser revisada para incluir sua contraindicação em pacientes com sepse grave. Hidroxietilamido é infundido como substituto do sangue para aumentar o volume plasmático baseado em efeitos coloidosmóticos e usado para manutenção do volume de sangue circulante.


A suspensão da comercialização na União Europeia em maio de 2022 devido a seu uso contínuo off-label (fora do recomendado em bula) incitou a revisão pela autoridade japonesa. A autoridade do Japão revisou os dados disponíveis, incluindo os resultados de ensaios clínicos, estudos de utilização de medicamentos, efeitos adversos relatados no Japão e opiniões de associações médicas relevantes.


Em contraste com a União Europeia, o uso off-label de hidroxietilamido e eventos adversos subsequentes raramente foram observados no Japão. A revisão concluiu que a comercialização de hidroxietilamido pode ser mantida no país. No entanto, ainda são necessários avisos para uso em pacientes com sepse, situação em que um risco aumentado foi confirmado pela literatura. O uso em pacientes com sepse grave é contraindicado em bula, e uso em pacientes com sepse não grave requer administração cuidadosa. A sepse grave é definida como ter uma infecção que atenda ao critério da Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS) e ter pelo menos uma disfunção orgânica (avaliação sequencial de falência de órgãos (SOFA, em inglês) com uma pontuação igual ou maior a 3.


2. Autoridade regulatória do Egito alertou sobre os cuidados para minimizar o risco de lesão renal e morte por hidroxietilamido. Em 2013, o uso de hidroxietilamido foi restringido após um aumento do risco de lesão renal e mortalidade em determinados pacientes. Apesar das medidas em vigor para proteger pacientes vulneráveis, resultados finais de um estudo de utilização de medicamentos mostrou que persiste alta a não adesão ao recomendado em bula, incluindo não adesão a contraindicações.


De acordo com o comité técnico da autoridade egípcia, hidroxietilamido não deve ser usado em pacientes com sepse, insuficiência renal, queimaduras ou em pacientes gravemente doentes. Profissionais de saúde devem assegurar o uso adequado de acordo com o descrito em bula (para o tratamento de hipovolemia em adultos e crianças somente se os cristaloides forem insuficientes para estabilizar o paciente, e se o benefício esperado justificar o risco).


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Ibrutinibe- Risco de eventos cardíacos graves


A autoridade regulatória da Europa (EMA) emitiu um comunicado direcionado aos profissionais de saúde sobre o risco aumentado de arritmias cardíacas graves e potencialmente fatais e falência cardíaca após o uso de ibrutinibe. Foram fornecidas as seguintes recomendações:


• Pacientes com idade avançada, status de desempenho do Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG) ≥2 ou comorbidades cardíacas podem ter risco maior de eventos cardíacos, incluindo eventos cardíacos fatais súbitos.


• Antes de iniciar o ibrutinibe, deve ser realizada avaliação clínica da história e função cardíaca.


• Em pacientes com fatores de risco para eventos cardíacos, os benefícios e riscos devem ser avaliados antes de iniciar o tratamento com ibrutinibe; tratamento alternativo pode ser considerado.


• Os doentes devem ser cuidadosamente monitorados durante o tratamento quanto a sinais de deterioração da função cardíaca e, se isso ocorrer, devem ser tratados clinicamente.


• Ibrutinibe deve ser suspenso para qualquer novo início ou agravamento cardíaco grau 2, insuficiência cardíaca ou arritmias grau 3. O tratamento pode ser retomado com nova dose.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Ibuprofeno - Risco potencial de acidose tubular renal

Autoridade regulatória da Arábia Saudita emitiu um sinal de segurança sobre o ibuprofeno e o risco potencial de acidose tubular renal.

O ibuprofeno é um anti-inflamatório não esteroide que é indicado para efeitos analgésicos e anti-inflamatórios.

Em 2023, a autoridade de segurança detectou um sinal entre o ibuprofeno e acidose tubular renal e revisou todos as evidências disponíveis sobre a possível associação entre eles.

Uma revisão no VigiBase encontrou 116 relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs, em inglês) internacionais até o momento. A autoridade extraiu casos com pontuação de completude de 0,5 (n=10 casos) para aplicar os critérios de avaliação neles.

Como resultado, todos os casos avaliáveis de acidose tubular renal foram possivelmente associados ao ibuprofeno. A mineração de dados para esta combinação medicamento/evento adverso foi estimada usando um Componente de informação (IC=4,2) que reflete uma associação estatística positiva forte.

A investigação da autoridade concluiu que as evidências atuais disponíveis de avaliação dos ICSRs, efeito de classe e literatura podem apoiar uma relação entre o ibuprofeno e a acidose tubular renal. Este sinal precisa de mais investigação para que se confirme o risco, no entanto, os profissionais de saúde devem estar cientes deste potencial evento adverso.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Imatinibe: Risco potencial de microangiopatia trombótica


A Autoridade regulatória do Japão anunciou que a bula do imatinibe deve ser revisada para incluir o risco potencial de microangiopatia trombótica.


Imatinibe é indicado para o tratamento da leucemia mielóide crônica e outros tipos de câncer.


Foram revisados casos nacionais e internacionais de microangiopatia trombótica e uma relação causal entre o medicamento e a reação foi considerada razoavelmente possível.


A autoridade concluiu que a microangiopatia trombótica deve ser adicionada como uma reação adversa clinicamente significativa. Os profissionais de saúde são aconselhados a suspender o tratamento com imatinibe quando se observar uma anemia com células sanguíneas vermelhas fragmentadas, trombocitopenia ou disfunção renal no paciente.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Inibidores da aromatase de terceira geração - Risco potencial de distúrbios do tendão


Autoridade regulatória do Canadá anunciou que a bula para inibidores da aromatase de terceira geração (anastrozol, exemestano e letrozol) será atualizada para incluir o risco potencial de distúrbios do tendão. Distúrbios do tendão incluem inflamação do tendão (tendinite), inflamação da bainha do tendão (tenossinovite) e ruptura do tendão.


Inibidores da aromatase de terceira geração são indicados para o tratamento do câncer de mama em mulheres que alcançaram a menopausa. O anúncio foi impulsionado por uma atualização incluindo os riscos potenciais de tendinite e ruptura do tendão pela autoridade regulatória da Europa para o letrozol. A autoridade canadense revisou as seguintes informações:


• Relatórios de eventos de tendinite e tenossinovite e sua possível relação com a ruptura do tendão em cinco ensaios controlados randomizados.


• 25 relatos de casos (2 domésticos e 23 internacionais) de ruptura do tendão (10 casos) e tendinite (15 casos). Nestes relatos, uma ligação entre o risco potencial de ruptura do tendão e tendinite com o uso de inibidores da aromatase de terceira geração não pôde ser descartada. No entanto, estes relatos de casos incluíram outros medicamentos e/ou condições que poderiam ter contribuído para os eventos adversos relatados.


A revisão concluiu que provavelmente existe uma ligação entre o uso de inibidores da aromatase de terceira geração e os riscos potenciais de tendinite e tenossinovite. Além disso, uma ligação com a ruptura do tendão não pôde ser descartada.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Inibidores da Janus quinase (JAK): Riscos potenciais de condições cardiovasculares, coágulos sanguíneos, câncer e infecções graves


1. Autoridade regulatória da Europa recomendou medidas para minimizar os riscos de reações adversas graves, incluindo condições cardiovasculares, coágulos sanguíneos, câncer e infecções graves associadas ao uso de inibidores da Janus quinase (JAK em inglês) - baricitinibe, tofacitinibe e upadacitinibe - usados no tratamento de diversas doenças inflamatórias crônicas. A bula será atualizada com novas recomendações e avisos.


As recomendações seguem uma revisão dos dados disponíveis, incluindo os resultados de um ensaio clínico do tofacitinibe e descobertas preliminares de uma estudo observacional envolvendo o baricitinibe. A revisão confirmou o aumento do risco potencial de problemas cardiovasculares graves, câncer, tromboembolismo venoso (TEV), infecções graves e morte com o uso do tofacitinibe por qualquer causa quando em comparação com inibidores do Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF-α em inglês).


A autoridade já concluiu que essas medidas de segurança descobertas se aplicam a todos os inibidores de JAK aprovados para uso em distúrbios inflamatórios. Ela recomenda que esses medicamentos devem ser usados nos seguintes pacientes apenas se não houver tratamento alternativo adequado disponível: aqueles com 65 anos ou mais, aqueles com maior risco de grandes problemas cardiovasculares, aqueles que fumam ou o fizeram por muito tempo no passado, e aqueles com maior risco de câncer. Também é recomendado o uso cauteloso de inibidores da JAK em pacientes com fatores de risco para TEV e o uso de doses reduzidas por alguns grupos de pacientes.


2. Autoridade regulatória de Cingapura anunciou que a bula de inibidores da JAK - baricitinibe, tofacitinibe e upadacitinibe -, aprovados para o tratamento de condições inflamatórias, deve ser atualizada para incluir alertas sobre o aumento dos riscos de grandes eventos adversos cardiovasculares, malignidade, trombose e morte com base em observações feito a partir de um estudo de vigilância.


Com base na atual evidência disponível, a autoridade concluiu que o risco-benefício dos inibidores da JAK para tratamento de condições inflamatórias permanece positivo para suas indicações aprovadas. O uso de inibidores de JAK já estão limitados à segunda linha ou terapia posterior em Cingapura.


Os profissionais de saúde são aconselhados a considerar os benefícios e os riscos de inibidores da JAK antes de prescrever esses medicamentos, e monitorar seus pacientes quanto aos riscos potenciais durante o tratamento, principalmente em idosos, fumantes atuais ou passados, ou em pacientes com outros fatores de risco cardiovasculares, tromboembólicos ou malignos.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Inibidores de Janus quinase (JAK)- Riscos potenciais de eventos cardiovasculares importante, malignidade, tromboembolismo venoso, infecções graves e aumento da mortalidade

Autoridade regulatória do Reino Unido informou aos profissionais de saúde quanto a novas medidas para a minimização de risco para Inibidores de Janus quinase (JAK) usados para tratar distúrbios inflamatórios crônicos.

Inibidores de JAK são uma classe de medicamentos que incluem baricitinibe, upadacitinibe e tofacitinibe. Eles são usados no tratamento de distúrbios inflamatórios crônicos, como artrite reumatóide, artrite psoriática, artrite idiopática juvenil, espondilite anquilosante, a espondiloartrite axial não radiográfica, colite ulcerativa, doença de Crohn, dermatite atópica e alopecia areata.

Estas novas medidas para a minimização de risco são consistentes com as medidas introduzidas para o tofacitinibe em 2020 e 2021. A revisão da autoridade descobriu que os riscos de aumento da incidência de malignidade, efeitos adversos cardiovasculares importantes, infecções graves, tromboembolismo venoso e mortalidade, são considerados efeitos de classe entre inibidores de JAK usados para o tratamento de distúrbios de inflamação crônica.

Portanto, é aconselhável que se evite prescrever estes medicamentos, a menos que não existam alternativas adequadas em pacientes com os seguintes fatores de risco: idade de 65 anos ou mais; histórico de fumante por longo período (ou ainda fumantes); outro fatores de risco para doenças cardiovasculares ou malignidade.

Além dos resultados dos estudos do tofacitinibe e do baricitinibe que sugeriram um risco aumentado de eventos cardiovasculares importantes, a última revisão realizada pela autoridade regulatória da Europa analisou dados de segurança disponíveis para cada um dos inibidores de JAK e concluiu que os efeitos poderiam ser considerados como um efeito de classe.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Isotretinoína - Risco potencial de deficiência do hormônio de crescimento (DGH)


Autoridade regulatória da Arábia Saudita emitiu um sinal de segurança sobre a isotretinoína (via oral) e o risco potencial de deficiência do hormônio de crescimento (DGH). A isotretinoína é um retinóide e derivado da vitamina A e a sua forma farmacêutica oral é indicada para o tratamento sistêmico de acne.


A autoridade revisou cinco relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs) envolvendo isotretinoína (forma farmacêutica oral) e DGH que foram relatados no VigiBase. Os critérios de avaliação de causalidade do WHO-UMC foram aplicados, e havia um caso possível (os outros quatro casos não eram avaliáveis).


A mineração de dados indicou associação positiva (IC= 2,7) no VigiBase. Além disso, evidências de um estudo multicêntrico na literatura apoiaram este sinal. A revisão concluiu que as evidências disponíveis podem apoiar uma relação entre o uso de isotretinoína e DGH. Profissionais de saúde devem estar ciente desse risco potencial e são aconselhados a monitorar quaisquer sinais ou sintomas em pacientes tratados com esse medicamento.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Isotretinoína - Risco potencial de disfunção sexual

Autoridade regulatória do Reino Unido recomendou novas medidas para fortalecer a segurança de uso da isotretinoína. As recomendações incluem a adição de novos alertas sobre o risco potencial de disfunção sexual, incluindo a possibilidade de persistência após a descontinuação do tratamento. Além disso, os profissionais de saúde são orientados a perguntar aos pacientes sobre sintomas ou sinais de disfunção sexual antes de iniciar o tratamento com isotretinoína e monitorar os pacientes para o desenvolvimento de novas disfunções sexuais durante o tratamento.

As novas recomendações também incluem o desenvolvimento de requisitos consistentes de monitoramento para potenciais efeitos psiquiátricos e sexuais em todos os pacientes durante todo o tratamento. O início do tratamento em pacientes menores de 18 anos exigirá dois prescritores que atestem que a acne do paciente é grave e não há outro tratamento eficaz para o seu tratamento.

A isotretinoína é indicada para formas graves de acne (como acne nodular ou conglobata ou acne com risco de cicatrizes permanentes) resistentes a terapias de primeira escolha com antibacterianos sistêmicos e terapias tópicas.

Para este alerta, a autoridade regulatória considerou as informações disponíveis sobre efeitos psiquiátricos e sexuais suspeitos de estarem associados com isotretinoína. Isso incluiu efeitos adversos suspeitos relatados à autoridade, pesquisas sobre os riscos e os mecanismos biológicos que possam explicar estes eventos, literatura científica sobre pacientes utilizando isotretinoína, informações sobre como a segurança da isotretinoína é gerenciada em outros países e o resultado de uma chamada pública para informações.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Itraconazol: Risco potencial de hipocalemia


A Autoridade regulatória do Japão anunciou que a bula do itraconazol (formas farmacêuticas orais e injetáveis) deve ser revisada para incluir o risco de hipocalemia.


Itraconazol é indicado para o tratamento de infecção fúngica.


Foram revisados três casos de hipocalemia reportados no mercado interno, no qual uma relação causal entre o medicamento e a hipocalemia foi considerada razoavelmente possível.


A autoridade concluiu que a hipocalemia deve ser adicionada como uma reação adversa clinicamente significativa. Os profissionais de saúde são aconselhados a realizar testes de eletrólitos no sangue periodicamente, independentemente da condição de uso (por exemplo: dosagem e período de administração).


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Lactulose - Risco potencial de prurido

Autoridade regulatória da Arábia Saudita emitiu um alerta de segurança sobre a lactulose e o risco potencial de prurido.

A lactulose é um açúcar sintético usado para tratar constipação. Sua ação resulta em amolecimento fecal. Também é usada para reduzir a quantidade de amônia no sangue de pacientes com doença hepática.

Em 2023, a autoridade detectou um sinal de segurança entre a lactulose e prurido e revisou todas as evidências disponíveis sobre a associação entre eles. A investigação foi iniciada com um caso local relatado de prurido. Também se analisou o VigiBase e foram encontrados 340 relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs, em inglês) internacionais.

A autoridade extraiu 30 casos com pontuação de completude de 1,0 para aplicar os critérios de avaliação de causalidade sobre eles. Como resultado, a maior parte dos casos avaliados forneceu uma ligação positiva (25 casos possíveis e cinco improváveis).

A investigação da autoridade concluiu que as evidências atuais disponíveis de avaliação dos ICSRs podem apoiar uma relação entre a lactulose e o prurido. Este sinal precisa de mais investigação para que se confirme o risco, no entanto, os profissionais de saúde devem estar cientes deste potencial evento adverso.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Levofloxacino - Risco potencial de boca seca

Autoridade regulatória da Arábia Saudita emitiu um sinal de segurança sobre o levofloxacino e o risco potencial de boca seca.

O levofloxacino é um antibiótico de amplo espectro, fluoroquinolona de terceira geração, usado para tratar infecções bacterianas.

Em 2023, a autoridade detectou um sinal de segurança entre o levofloxacino e boca seca. Além disso, foram revisadas todas as evidências disponíveis de associação entre eles.

Foram encontrados 857 casos internacionais e 1 caso nacional no VigiBase e aplicados os critérios de avaliação da OMS-UMC em relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs, em inglês) com pontuação de 1,0 (n=30). Entre eles, 29 casos foram possivelmente associados ao levofloxacino.

Dados da literatura também dão suporte ao sinal. O risco de boca seca foi relatado em um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado de levofloxacino.

A investigação da autoridade concluiu que as evidências atuais disponíveis de avaliação dos ICSRs e dados da literatura podem apoiar uma relação entre o levofloxacino e a boca seca. Este sinal precisa de mais investigação para que se confirme o risco, no entanto, os profissionais de saúde devem estar cientes deste potencial evento adverso.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Losartana – Risco potencial de espasmo muscular

Autoridade regulatória da Índia incluirá na bula da losartana o risco potencial de espasmo muscular como uma reação adversa ao medicamento.

Losartana é indicada para o tratamento de hipertensão leve a moderada.

Foram revisados 10 relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs) de espasmo muscular associado ao uso de losartana, e uma relação causal foi encontrada.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Loxoprofeno: Risco potencial de pustulose exantemática aguda generalizada (AGEP)


A Autoridade regulatória do Japão anunciou que a bula do loxoprofeno (forma farmacêutica oral) deve ser revista para incluir o risco potencial de pustulose exantemática aguda generalizada (AGEP em inglês).


A autoridade revisou casos de AGEP relatados nacionalmente, e uma relação causal entre o medicamento e o evento adverso foi razoavelmente possível. Concluiu-se que a AGEP deve ser adicionada como uma reação adversa clinicamente significativa.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Metilfenidato (formulações de liberação prolongada)- cautela na troca entre formulações


Autoridade regulatória do Reino Unido alertou prescritores e dispensadores sobre a necessidade de cautela na troca entre as diferentes formulações de liberação prolongada do metilfenidato. Formulações diferentes podem variar nas instruções de uso, como frequência de administração e ingestão com alimentos, e os diferentes mecanismos para liberação podem afetar o manejo dos sintomas.


Os diferentes perfis de tempo de ação fornecidos pelas formulações de metilfenidato de ação prolongada permitem que os médicos tenham como alvo períodos específicos do dia que são particularmente relevantes para o paciente. A troca por outra formulação pode resultar em mudanças no gerenciamento de sintomas em períodos chave durante o dia.

As características únicas de cada formulação devem ser combinadas com as necessidades individuais de cada paciente. A troca entre formulações com diferentes farmacocinéticas também pode estar associada a eventos adversos e alterações na eficácia do tratamento.


Portanto, as alterações só devem ser feitas pelo prescritor e devem ser comunicadas aos pacientes, que devem ser aconselhados a relatar qualquer alteração em seus sintomas ou desenvolvimento de efeitos adversos.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Metotrexato: Risco potencial de leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP)


A Autoridade regulatória do Japão anunciou que a bula do metotrexato (formas farmacêuticas orais, infusões intravenosas e preparações parenterais) deve ser revista para incluir o risco potencial de leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP).


O metotrexato é indicado para o tratamento de doenças inflamatórias e cânceres. A autoridade revisou casos relatados nacionalmente e internacionalmente, em que uma relação causal entre o medicamento e o evento adverso foi razoavelmente possível.


12 óbitos foram relatados internacionalmente durante os três anos anteriores e uma relação causal entre o medicamento e as mortes subsequentes ao evento não foi estabelecida para nenhum desses casos.


A autoridade concluiu que a LMP deve ser adicionada como um evento adverso clinicamente significativo. Os profissionais de saúde são aconselhados a monitorar cuidadosamente os pacientes durante e após a administração desse medicamento. Se sintomas como perturbação da consciência, disfunção cognitiva, paralisia, disartria e afasia forem observados, imagens de ressonância magnética e exame de líquido cefalorraquidiano devem ser executados e a administração deve ser interrompida.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Metotrexato: Risco potencial de mielopatia


A Autoridade regulatória da Coreia do Sul atualizou a bula do metotrexato injetável para incluir o risco de mielopatia. Relatos de eventos adversos graves foram avaliados, e a autoridade revisou um evento fatal em um relato da literatura de mielopatia em um paciente ao qual foi administrado o medicamento metotrexato por via intratecal para o tratamento do linfoma de Burkitt. Uma relação causal não pôde ser excluída entre a injeção de metotrexato e a mielopatia.


Baseada no resultado da revisão, em informações da autoridade regulatória dos Estados Unidos, bancos de dados médicos e uma revisão da literatura, a autoridade sul-coreana concluiu que a bula do metotrexato deveria ser atualizada para incluir o risco de mielopatia. Profissionais de saúde devem ser alertados de que a administração intratecal de metotrexato pode afetar a medula espinhal e a medula óssea, o que representa o risco potencial de mielopatia.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Miltefosina - Medidas para minimizar o risco potencial de efeitos adversos oculares


A OMS emitiu um alerta aos profissionais de saúde e autoridades regulatórias do risco potencial de eventos adversos oculares em pessoas que tomaram miltefosina e forneceu aconselhamento sobre medidas para minimizar esse risco.


A miltefosina é um anti-infeccioso oral e um dos medicamentos com eficácia estabelecida no tratamento de algumas formas de leishmaniose, uma infecção parasitária transmitida pela mordida da fêmea infectada por flebotomíneos. A leishmaniose pode levar a diferentes formas clínicas, incluindo leishmaniose cutânea, leishmaniose mucocutânea e leishmaniose visceral.


Depois da publicação de relatos de distúrbios oculares após o uso da miltefosina, principalmente no Sul da Ásia, o Comitê Consultivo da OMS sobre Segurança de Produtos Medicinais (ACSoMP) havia recomendado à OMS que investigasse mais esta questão. Com base nos dados disponíveis, o Grupo Técnico Multidisciplinar ad hoc da OMS (MTG) considerou que uma relação causal entre eventos adversos oculares e exposição à miltefosina não pode ser descartada.


O risco potencial de efeitos adversos oculares, como vermelhidão do olho, inflamação de diferentes estruturas oculares (queratite, esclerite, uveíte), deficiência visual e até cegueira têm sido observados principalmente durante o tratamento de pacientes com Leishmaniose Dérmica Pós-Calazar (PKDL) no sul da Ásia. Foram relatados casos em homens e mulheres, inclusive em menores de 18 anos de idade e principalmente após 28 dias de tratamento. Nenhum outro fator de risco pôde ser identificado.


A maioria dos casos foram resolvidos após a interrupção da miltefosina. No entanto, em alguns casos, o evento adverso ocular levou à perda permanente da visão. A frequência de efeitos adversos oculares durante o tratamento com miltefosina não pode ser estimada com base nos dados disponíveis, e o mecanismo de ação permanece indefinido.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Minoxidil- Risco de foliculite


Autoridade regulatória da Índia recomendou que sejam realizadas alterações na bula do minoxidil, para que a foliculite seja incluída como uma reação adversa potencial.


Foram revisados 17 casos de foliculite após o uso de minoxidil, e uma relação causal foi encontrada.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Nirmatrelvir-ritonavir e imunossupressores - Riscos potenciais de eventos adversos de interação medicamentosa

Autoridade regulatória do Canadá anunciou que a bula do nirmatrelvir-ritonavir foi atualizada para incluir o risco potencial de interação medicamentosa com imunossupressores (incluindo ciclosporina, everolimo, sirolimo e tacrolimo).

Nirmatrelvir-ritonavir é indicado para o tratamento da COVID-19 e é um inibidor do citocromo P450 (CYP) 3A. Tacrolimo é metabolizado pelo CYP3A e tem um estreito índice terapêutico.

Casos canadenses de eventos adversos graves após interação medicamentosa entre nirmatrelvir-ritonavir e tacrolimo foram relatados. Em alguns casos, os níveis de tacrolimo observados subiram rapidamente, o que pode levar a efeitos adversos como lesão renal aguda e maior suscetibilidade a infecções graves devido ao excesso de imunossupressão. Casos também foram relatados na literatura de outros países.

Profissionais de saúde são aconselhados a evitar o uso de nirmatrelvir-ritonavir em pacientes tomando imunossupressores quando um monitoramento próximo das concentrações do imunossupressor não for viável. Se coadministrado, o ajuste de dose e o monitoramento das concentrações e dos efeitos adversos para os níveis de imunossupressores são recomendados.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Nitrofurantoína - Riscos potenciais pulmonares e hepáticos

Autoridade regulatória do Reino Unido lembrou aos profissionais de saúde que prescrevem a nitrofurantoína quanto a necessidade de estarem alertas aos riscos potenciais pulmonares e hepáticos do medicamento. Além disso, aconselharem os pacientes a estarem atentos aos sinais e sintomas que precisam de investigação aprofundada.

A nitrofurantoína é um agente antibacteriano de amplo espectro, que está disponível desde a década de 1950. É indicado para adultos, crianças e bebês acima de três meses de idade para o tratamento e a profilaxia da forma aguda ou recorrente de infecções do trato urinário (ITUs) não complicadas e agudas ou recorrentes de pielite sem complicações. O potencial para dano pulmonar agudo com nitrofurantoína está bem documentado na bula.

A autoridade aconselha os profissionais de saúde do seguinte modo:

• Pacientes e cuidadores devem estar atentos a novos sintomas respiratórios ou piora destes enquanto administram nitrofurantoína. Também devem ser orientados a investigar imediatamente quaisquer sintomas que podem indicar uma reação adversa pulmonar.

• Os prescritores devem descontinuar imediatamente a nitrofurantoína caso ocorram novos sintomas indicativos de dano pulmonar ou agravamento destes.

• Os prescritores devem estar atentos aos sinais e sintomas de disfunção hepática em pacientes administrando nitrofurantoína por qualquer duração, mas particularmente com uso prolongado, e devem monitorar pacientes periodicamente para sinais de hepatite e para mudanças em testes bioquímicos que indiquem hepatite ou lesão hepática;

• Os prescritores devem ter cuidado ao prescrever nitrofurantoína em pacientes com doença pulmonar ou disfunção hepática, que pode mascarar os sinais e sintomas de reações adversas.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Nivolumabe, ipilimumabe e/ou pembrolizumabe: Risco potencial de uveíte


A Autoridade regulatória do Japão anunciou que as bulas dos medicamentos nivolumabe , ipilimumabe e pembrolizumabe devem ser revistas para incluir o risco de uveíte.


Nivolumabe, ipilimumabe e pembrolizumabe são inibidores de checkpoints imunológicos e são indicados para o tratamento de melanoma maligno e outros tipos de cânceres.


A autoridade japonesa revisou casos de uveíte relatados nacionalmente, em que uma relação causal entre cada um dos medicamentos e a potencial reação adversa foi avaliada como razoavelmente possível. Concluiu-se que a uveíte deve ser adicionada como uma reação adversa clinicamente significativa.


Os profissionais de saúde são aconselhados a examinar periodicamente a presença de alguma anormalidade ocular e instruir os pacientes a procurarem imediatamente um médico se essas anormalidades forem observadas.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Olanzapina: Risco potencial de hiponatremia


A Autoridade regulatória da Índia revisará a bula da olanzapina para incluir a hiponatremia como uma potencial reação adversa.


A olanzapina é indicada para o tratamento da esquizofrenia em pacientes adultos, controle rápido de agitação e comportamento perturbado.


A autoridade revisou 20 Relatórios de Segurança de Casos Individuais (ICSRs) de olanzapina associados ao risco potencial de hiponatremia e uma relação causal entre eles foi encontrada.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Onasemnogeno abeparvovec - Risco potencial de insuficiência hepática aguda


Autoridade regulatória da Europa publicou uma comunicação direta aos profissionais de saúde sobre o onasemnogeno abeparvovec e relatos recentes de casos fatais de insuficiência hepática aguda em pacientes tratados com este medicamento.


A autoridade também atualizou as recomendações para monitorar a função hepática, avaliando a suspeita de lesão hepática após a infusão e aconselhando sobre a redução gradual do tratamento com corticosteroides.


Onasemnogeno abeparvovec é um medicamento de terapia genética e é indicado para o tratamento da atrofia muscular espinhal (AME).


Pacientes com piora nos testes de função hepática e/ou sinais ou sintomas de doença hepática aguda devem ser prontamente avaliados e tratados com corticosteroides. Se eles não responderem, um gastroenterologista ou um hepatologista pediátrico devem ser consultados para ajustar o regime de corticosteroides.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Opioides - Uso em pacientes com histórico de transtornos de saúde mental


Autoridade regulatória do Canadá alertou os profissionais de saúde de que os opioides devem ser usados com cuidado especial em pacientes com histórico de transtornos de saúde mental, como depressão maior, ansiedade e abuso de álcool e drogas.


Os profissionais de saúde são alertados de que as preocupações sobre abuso ou vício não devem impedir o manejo adequado da dor. No entanto, os benefícios e riscos dos medicamentos opioides com base nas necessidades de cada paciente devem ser cuidadosamente avaliados antes da prescrição.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Paracetamol - Risco potencial de síndrome de hipersensibilidade induzida por medicamento


Autoridade regulatória do Japão anunciou que a bula do paracetamol deve ser revisada para incluir o risco de síndrome de hipersensibilidade induzida por medicamento. Os medicamentos contendo paracetamol estão presentes nas formas farmacêuticas orais, supositórios ou injeções. Eles contêm paracetamol apenas ou combinação com outros princípios ativos e são vendidos como medicamentos de prescrição ou de venda livre.


A autoridade japonesa avaliou 48 casos nacionais de efeitos adversos envolvendo o uso do paracetamol e a síndrome de hipersensibilidade induzida por medicamento, e em seis casos uma relação causal entre o medicamento e evento foi razoavelmente possível. A autoridade concluiu que a síndrome de hipersensibilidade induzida por medicamento deve ser adicionada como uma reação adversa clinicamente significativa.


Os profissionais de saúde são advertidos de que os sintomas se manifestam inicialmente como erupção cutânea e pirexia, seguidos de sintomas tardios graves de hipersensibilidade acompanhada por insuficiência hepática, inchaço nos gânglios linfáticos, aumento da contagem de eosinófilos e aparência de linfócitos atípicos. Os sintomas são muitas vezes acompanhados de reativação viral, como o herpesvírus humano tipo 6 (HHV-6). Os pacientes devem ser alertados para recorrência ou prolongamento de erupção cutânea, pirexia, problemas hepáticos, etc. que podem ocorrer mesmo depois da interrupção da administração.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Paracetamol – Risco potencial de erupção medicamentosa fixa

Autoridade regulatória da Índia incluirá na bula do paracetamol o risco potencial de erupção medicamentosa fixa.

O paracetamol é indicado para o tratamento sintomático de dor e febre.

Foram revisados 480 relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs) de erupção medicamentosa fixa associado ao uso de paracetamol, e uma relação causal foi encontrada.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Pembrolizumabe: Risco potencial de rabdomiólise


Autoridade regulatória da Coreia do Sul atualizou a bula do pembrolizumabe para incluir a rabdomiólise como um potencial efeito adverso. Relatos de eventos adversos graves foram avaliados, e dois casos de rabdomiólise em pacientes tratados com quimioterapia contendo pembrolizumabe para câncer de pulmão foram analisados, e um foi fatal.


Uma relação causal não pôde ser excluída em qualquer um desses casos. Com base nesses resultados e informações da autoridade regulatória dos Estados Unidos, União Europeia, Japão e Reino Unido, a autoridade sul-coreana concluiu que a bula do pembrolizumabe deveria ser atualizada para incluir o risco potencial de rabdomiólise.


Profissionais de saúde devem monitorar quaisquer sinais de rabdomiólise durante o uso do pembrolizumabe.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Piperacilina - Risco potencial de linfohistiocitose hemofagocítica (LHH)

Autoridade regulatória da Malásia anunciou que a bula da piperacilina será atualizada para incluir um aviso sobre o risco potencial de linfohistiocitose hemofagocítica (LHH).

A piperacilina pertence ao grupo dos antibióticos ß-lactâmicos que são ativos contra uma gama de bactérias aeróbicas e anaeróbicas gram-positivas e gram-negativas, e frequentemente é combinada com um inibidor da ß-lactamase, como tazobactam, para aumentar a atividade contra muitos desses organismos resistentes.

LHH é uma síndrome causada pela superativação patológica do sistema imunológico, com características clínicas de extrema inflamação sistêmica, como febre, erupções cutâneas, hepatoesplenomegalia, citopenias, hiperferritinemia, hipertrigliceridemia, hipofibrinogenemia e hemofagocitose.

A autoridade revisou as informações disponíveis sobre casos de linfohistiocitose hemofagocítica relatados internacionalmente, bem como estudos científicos relevantes na literatura. LHH tem alta taxa de mortalidade e o atraso em seu diagnóstico é frequentemente a maior barreira para resultados favoráveis devido à raridade da doença, variedade de apresentações clínicas, e achados clínicos e laboratoriais inespecíficos.

Em uma série de casos publicados, sintomas clínicos de LHH em três crianças melhoraram após a interrupção da piperacilina/tazobactam em combinação com corticosteróides (por exemplo, prednisolona/metilprednisolona IV), um dos quais envolveu a adição de imunoglobulina humana intravenosa.

Considerando a complexidade e a gravidade da condição, é necessário alertar os profissionais de saúde sobre o risco potencial de LHH após o uso de medicamentos contendo piperacilina. Profissionais de saúde também são lembrados de que a detecção precoce de linfohistiocitose hemofagocítica seguida de intervenção oportuna e tratamento são cruciais para minimizar a morbidade e mortalidade.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Piroxicam - Risco potencial de erupção medicamentosa fixa

Autoridade regulatória da Índia incluirá na bula do medicamento piroxicam a erupção medicamentosa fixa como uma potencial reação adversa.

Piroxicam é indicado para o tratamento de artrite reumatoide, osteoartrite, espondilite anquilosante, espondilose cervical e outros distúrbios musculoesqueléticos. Foram revisados 31 relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs, em inglês) do piroxicam associado à erupção medicamentosa fixa, e uma relação causal entre eles foi encontrada.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Prednisolona - Risco potencial de hipomagnesemia

Autoridade regulatória da Arábia Saudita emitiu um sinal de segurança sobre a prednisolona e o risco potencial de hipomagnesemia.

A prednisolona é um corticosteróide usado para tratar uma ampla gama de condições de saúde incluindo alergias, doenças do sangue, doenças de pele, inflamação, infecções e certos tipos de cancro, bem como para prevenir a rejeição de órgãos. A hipomagnesemia é um distúrbio eletrolítico causado por um baixo nível sérico de magnésio no sangue.

Em 2023, a autoridade detectou um sinal entre a prednisolona e hipomagnesemia e revisou todas as evidências disponíveis sobre a associação entre eles. Foram encontrados 28 casos internacionais no VigiBase e foram aplicados os critérios de avaliação da OMS-UMC em todos eles. Quase metade deles (13 casos) foram possivelmente ligados à prednisolona (outros 13 casos não foram avaliáveis e 2 casos eram improváveis). A mineração de dados deste medicamento/RAM foi estimada usando o componente de informação (IC= 0,6) que revelou uma associação estatística positiva.

A investigação da autoridade concluiu que as evidências atuais disponíveis de avaliação dos relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs, em inglês) podem apoiar uma relação entre a prednisolona e a hipomagnesemia. Este sinal precisa de mais investigação para que se confirme o risco, no entanto, os profissionais de saúde devem estar cientes deste potencial evento adverso.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Prednisona - Risco potencial de osteonecrose

Autoridade regulatória da Arábia Saudita emitiu um sinal de segurança sobre a prednisona e o risco potencial de osteonecrose.

A prednisona é um anti-inflamatório glicocorticóide derivado da cortisona. Osteonecrose é a morte das células ósseas devido a diminuição do fluxo sanguíneo.

Em 2023, a autoridade detectou um sinal entre a prednisona e osteonecrose e revisou todas as evidências disponíveis sobre a associação entre eles. Foram encontrados 1037 casos internacionais e 1 caso local no VigiBase. Foram aplicados os critérios de avaliação da OMS-UMC em relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs, em inglês) com pontuação 1,0 (n=30). Vinte casos forneceram associação positiva (vinte possíveis casos). Oito casos foram improváveis e dois casos não eram avaliáveis. A mineração de dados deste medicamento/RAM foi estimada usando o componente de informação (IC= 4,0) que revelou uma forte associação estatística positiva.

A investigação da autoridade concluiu que as evidências atuais disponíveis de avaliação dos ICSRs podem apoiar uma relação entre a prednisona e a osteonecrose. Este sinal precisa de mais investigação para que se confirme o risco, no entanto, os profissionais de saúde devem estar cientes deste potencial evento adverso.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Propofol - Erros de medicação

Autoridade regulatória da Europa recomendou a alteração das informações na embalagem do propofol para incluir as frases “Para uso único em um paciente. Risco de sepse em uso múltiplo” e “Uso imediato depois de aberto".

No caso de espaço insuficiente na embalagem, partes dos avisos podem ser omitidas. A autoridade considerou as evidências disponíveis no EudraVigilance, em literaturas científicas e nas respostas do titulares de registro nesta decisão.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Pseudoefedrina - Riscos potenciais de síndrome da encefalopatia posterior reversível (PRES) e síndrome de vasoconstrição cerebral reversível (RCVS)


Autoridade regulatória da Europa iniciou uma revisão sobre a pseudoefedrina devido à sequência de notificações do risco potencial de síndrome da encefalopatia posterior reversível (PRES) e síndrome de vasoconstrição cerebral reversível (RCVS).


A pseudoefedrina é tomada por via oral e é utilizada para o tratamento da congestão nasal resultante de um resfriado, gripe ou alergia. Tem um risco conhecido de eventos isquêmicos cardiovasculares e cerebrovasculares, incluindo acidente vascular cerebral e ataque cardíaco. Essas restrições e advertências já estão incluídas na bula.


Um pequeno número de casos de PRES e RCVS foi relatado em bancos de dados de farmacovigilância e na literatura médica em pessoas que usam pseudoefedrina.


A autoridade analisará as evidências disponíveis e decidirá se as autorizações de comercialização da pseudoefedrina devem ser mantidas, alteradas, suspensas ou retiradas em toda a União Europeia.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Remdesivir: Risco potencial de bradicardia sinusal


A Autoridade regulatória da Índia alertou sobre a necessidade de revisar a bula do remdesivir para incluir a bradicardia sinusal como uma potencial reação adversa.


Remdesivir é indicado para tratamento de suspeita ou confirmação laboratorial de COVID-19 em adultos e crianças hospitalizados com a forma moderada ou grave da doença.


A autoridade revisou 11 Relatórios de Segurança de Casos Individuais (ICSRs em inglês) de remdesivir associados ao risco potencial de bradicardia sinusal e uma relação causal entre eles foi encontrada.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Rocurônio - Risco potencial de midríase


Autoridade regulatória do Canadá anunciou que a bula do rocurônio será atualizada para incluir o risco potencial de midríase.


O rocurônio é usado para o relaxamento muscular durante a cirurgia como parte da anestesia geral e para facilitar a respiração assistida (ventilação mecânica) em pacientes que necessitam de cuidado de terapia intensiva. Ele está disponível como uma solução para injeção, e é administrado por um serviço de saúde profissional e geralmente usado em ambiente hospitalar.


Devido a casos internacionais reportados na literatura sobre este risco, a autoridade do Canadá revisou informações fornecidas por fabricantes, agências regulatórias estrangeiras e do banco de dados de vigilância canadense e literatura publicada.


• Foram revisados nove casos internacionais de midríase em pacientes que administraram rocurônio. Destes, em cinco casos foi encontrada uma provável ligação com o uso do rocurônio.


• Na literatura publicada, havia artigos explicando como o rocurônio pode levar a midríase.


A revisão encontrou uma ligação entre o uso de rocurônio e o risco potencial de midríase em pacientes adultos ventilados mecanicamente com infecção sistêmica e em recém-nascidos passando por cirurgia. A midríase geralmente é solucionada quando o rocurônio é descontinuado.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Sitagliptina - Risco potencial de fadiga

Autoridade regulatória da Arábia Saudita emitiu um sinal de segurança sobre a sitagliptina e o risco potencial de fadiga.

Sitagliptina é um inibidor da dipeptidil peptidase-4 (DPP-4) indicada para o tratamento de pacientes com diabetes tipo 2.

Em 2023, a autoridade detectou um sinal entre a sitagliptina e fadiga e revisou todas as evidências disponíveis de associação entre eles. A investigação foi iniciada a partir de um relato de caso local de fadiga.

A autoridade investigou o VigiBase e encontrou 629 relatórios individuais de segurança de casos (ICSRs, em inglês) e extraiu casos internacionais com pontuação de 1,0 (n=19 casos) para aplicar os critérios de avaliação neles.

Como resultado, sete casos de fadiga foram possivelmente vinculados à sitagliptina. Evidências encontradas na literatura apoiam este vínculo. Além disso, o risco é descrito em informações de segurança de medicamentos da mesma classe.

A investigação concluiu que as evidências atuais disponíveis de avaliação dos ICSRs, efeito de classe e literatura podem apoiar uma relação entre a sitagliptina e a fadiga. Este sinal precisa de mais investigação para que se confirme o risco, no entanto, os profissionais de saúde devem estar cientes deste potencial evento adverso.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Tazobactam e piperacilina - Risco potencial de linfohistiocitose hemofagocítica


Autoridade regulatória do Japão anunciou que a bula do tazobactam e piperacilina deve ser revisada para adicionar o risco potencial de linfohistiocitose hemofagocítica.


Tazobactam e piperacilina é um medicamento combinado na forma injetável e é indicado para o tratamento de infecções, principalmente de bactérias gram-positivas e gram-negativas.


A autoridade japonesa avaliou 41 casos de eventos adversos relatados (15 domésticos e 26 internacionais) envolvendo tazobactam e piperacilina e o evento. Em cinco casos domésticos e três internacionais uma relação causal entre o medicamento e o evento foi razoavelmente possível. A autoridade concluíu que linfohistiocitose hemofagocítica deve ser adicionada como uma reação adversa clinicamente significativa do medicamento.


Profissionais de saúde devem monitorar cuidadosamente os pacientes e descontinuar a administração deste medicamento e iniciar medidas apropriadas caso ocorram anormalidades como pirexia, erupção cutânea, sintomas neurológicos, esplenomegalia, gânglios linfáticos inchados, citopenia, aumento de LDH, hiperferritinemia, hipertrigliceridemia, deficiência hepática ou anormalidades na coagulação.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Terlipressina: Risco potencial de insuficiência respiratória e sepse


Autoridade regulatória da Europa tem novas medidas recomendadas para reduzir o risco potencial de insuficiência respiratória e sepse ao usar terlipressina em pessoas com síndrome hepatorrenal tipo 1 (HRS-1 em inglês), que é uma problema renal grave em pessoas com doença hepática avançada.


A terlipressina é um análogo da vasopressina indicado para o tratamento de HRS-1 e varizes esofágicas hemorrágicas. As recomendações seguem a revisão de dados disponíveis, incluindo resultados de um ensaio clínico que incluiu pacientes com HRS-1.


Resultados do estudo sugeriram que os pacientes que foram tratados com terlipressina foram mais propensos a experimentar e morrer de distúrbios respiratórios dentro de 90 dias após a primeira dose do que aqueles que receberam placebo. Embora a insuficiência respiratória seja um efeito adverso conhecido de terlipressina, a frequência da insuficiência respiratória observada no estudo foi maior (11%) do que previamente relatado em bula. Além disso, o estudo relatou sepse em 7% dos pacientes em uso de terlipressina em comparação com nenhum do grupo placebo.


As novas medidas incluem adicionar um aviso à bula para evitar o uso de terlipressina em pacientes com doença hepática ou insuficiência renal avançada. Pacientes com problemas respiratórios devem receber tratamento para controlar sua condição antes de iniciar a terlipressina. Durante e após o tratamento, os pacientes devem ser monitorados quanto a sinais e sintomas de insuficiência respiratória e infecção.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Terlipressina - Risco potencial de falha respiratória e choque séptico

Autoridade regulatória do Reino Unido alertou os profissionais de saúde que a terlipressina pode causar falha respiratória grave ou fatal em uma frequência mais alta do que anteriormente conhecida em pacientes com síndrome hepatorrenal tipo 1, e que a terlipressina aumenta a risco de sepse e choque séptico.

A terlipressina é um hormônio hipofisário sintético, e é autorizada para o tratamento de sangramento de veias dilatadas no tubo de alimentação que leva ao estômago (sangramento por varizes esofágicas) e para o tratamento de emergência da síndrome hepatorrenal tipo 1 (insuficiência renal progredindo rapidamente em pacientes com cirrose hepática (cicatrização do fígado) e ascite (acúmulo de líquido no abdômen)). O conselho está relacionado apenas para o uso da terlipressina para a síndrome hepatorrenal tipo 1.

Uma revisão europeia recente analisou os benefícios e os riscos da terlipressina, que concluiu que novas medidas seriam necessárias para reduzir o risco potencial de insuficiência respiratória e sepse quando a terlipressina é usada em pacientes com síndrome hepatorrenal tipo 1. São destacados os benefícios da terlipressina quando uma avaliação apropriada dos benefícios e dos riscos é realizada.

As mudanças serão feitas na bula de medicamentos contendo terlipressina autorizados para o tratamento da síndrome hepatorrenal tipo 1. Antes do início do tratamento devem ser observados os benefícios e os riscos do tratamento com terlipressina, especialmente para pacientes com doença renal grave ou insuficiência hepática. Além disso, todos os pacientes devem ser monitorados de perto durante o tratamento.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Testosterona tópica - Risco potencial de danos para crianças após exposição acidental


Autoridade regulatória do Reino Unido alertou aos profissionais de saúde sobre a ocorrência de relatos de casos de puberdade precoce e alargamento genital em crianças que foram acidentalmente e repetidamente expostas a um adulto usando testosterona tópica.


Produtos tópicos de testosterona são géis ou cremes aplicados diretamente na pele e são usados para substituir a testosterona em pessoas que não produzem testosterona natural suficiente (hipogonadismo).


Profissionais de saúde devem informar aos pacientes sobre possíveis consequências caso a testosterona tópica seja acidentalmente transferida para outras pessoas. Os pacientes devem ser aconselhados a lavarem as mãos após a aplicação da testosterona tópica. É essencial cobrir o local de aplicação com roupa uma vez que o produto tenha secado e lavar a aplicação local antes do contato físico com outro adulto ou criança para reduzir esses riscos.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Tigeciclina: Risco potencial de coagulopatia


A Autoridade regulatória da Índia revisará a bula da tigeciclina para incluir a coagulopatia como uma potencial reação adversa.


Tigeciclina é indicada para o tratamento de pele e infecções abdominais.


A autoridade revisou 3 Relatórios de Segurança de Casos Individuais (ICSRs em inglês) de coagulopatia associada ao uso de tigeciclina, e uma relação causal entre eles foi encontrada.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Ustequinumabe: Risco potencial de infecção derivadas de vacinas atenuadas em lactentes expostos no útero


A Autoridade regulatória da Europa recomendou adicionar um aviso à bula do ustequinumabe sobre o uso de vacinas atenuadas em lactentes cujas mães receberam ustequinumabe durante a gravidez.


Ustequinumabe é indicado para o tratamento da psoríase grave, artrite psoriática, doença de Crohn e colite ulcerativa. A bula já informa que é preferível evitar o uso de ustequinumabe durante a gravidez.


A autoridade reviu as evidências disponíveis, incluindo estudos observacionais da União Europeia, Estados Unidos e Canadá, bem como uma revisão do titular da autorização de introdução no mercado.


Ustequinumabe pode atravessar a placenta e tem sido detectado no soro de bebês expostos a ustequinumabe no útero. O risco de infecção pode ser aumentado após o nascimento em bebês que foram expostos ao ustequinumabe no útero. Assim, a autoridade recomenda que, em lactentes que foram expostos a ustequinumabe no útero, a administração de vacinas atenuadas não seja recomendada até seis meses após o nascimento ou até os níveis séricos de ustequinumabe no bebê serem indetectáveis.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Vacina oral de rotavírus humano vivo atenuado - Risco potencial de anafilaxia


Autoridade regulatória do Japão anunciou que a bula da vacina oral de rotavírus humano vivo atenuado deve ser revista para adicionar o risco de anafilaxia.


Essa vacina é indicada para a prevenção de gastroenterite causada por rotavírus. A autoridade japonesa avaliou 28 casos de efeitos adversos domésticos relatados envolvendo a vacina e o risco potencial de anafilaxia, e em dois casos uma relação causal entre a vacina e o evento foi razoavelmente possível. A autoridade concluiu que a anafilaxia deve ser adicionada como uma reação adversa clinicamente significativa.


Fonte: WHO pharmaceuticals newsletter - no. 2, 2023


Vacina pneumocócica polissacarídica (23-valente) - Risco potencial de inchaço extenso do membro vacinado

Autoridade regulatória da Malásia emitiu um alerta de segurança sobre o risco potencial de inchaço extenso do membro vacinado com a vacina pneumocócica polissacarídica (23-valente) ou PPV 23.

PPV 23 contendo polissacarídeos capsulares purificados dos 23 tipos pneumocócicos mais prevalentes ou invasivos de Streptococcus pneumoniae é indicada para crianças a partir de 2 anos de idade, adolescentes e adultos nos quais existe um risco aumentado de doença pneumocócica.

Inchaço extenso do membro (IEM) é definido como inchaço do membro que se estende até ao menos as articulações imediatamente acima e abaixo do local da injeção ou que pode cruzar uma ou mais articulações. Alternativamente, o IEM pode ser definido como um inchaço do membro que resulta em duas vezes o tamanho normal da circunferência do membro. Inchaço extenso do membro vacinado é um evento adverso conhecido para algumas outras vacinas, como a vacina de RNAm contra a COVID-19 (Comirnaty®) e a vacina difteria/toxoide tetânico/pertussis (adsorvida pediátrica) (DTaP), enquanto a taxa de relatórios difere substancialmente entre vacinas.

A autoridade revisou informações disponíveis sobre casos relatados internacionalmente quanto à suspeita de eventos adversos e dados da literatura. A autoridade regulatória da Europa solicitou que as bulas de todos os produtos PPV 23 sejam atualizadas com o risco potencial de inchaço extenso do membro vacinado em 2022. Para a autoridade da Malásia, é possível que esses eventos não tenham sido percebidos devido à ocorrência regular de inflamação no local da injeção após a imunização. Além disso, inchaço extenso do membro vacinado pode ser diagnosticado erroneamente como celulite ou erisipela na falta de informações bacteriológicas, o que poderia resultar em um tratamento antimicrobiano desnecessário.

Profissionais de saúde são aconselhados a estarem atentos e informarem aos vacinados sobre a possível ocorrência de inchaço extenso do membro vacinado dentro de um curto período após a administração da PPV 23 e notificar todas as suspeitas de IEM após a imunização com PPV 23.

Fonte: WHO Pharmaceuticals Newsletter - no. 3, 2023


Valproato- Riscos na gravidez e riscos potenciais em homens

A autoridade regulatória do Reino Unido lembrou aos profissionais de saúde sobre os riscos do uso de valproato durante a gravidez e sobre os riscos potenciais em outros pacientes, inclusive do sexo masculino. Valproato é indicado para o tratamento da epilepsia e transtorno bipolar. Como valproato tem um alto poder teratogênico, ele é contra-indicado

em crianças do sexo feminino e mulheres com potencial para engravidar, a menos que outros tratamentos sejam ineficazes ou não toleradas.


Frente a isso, foi introduzido em 2018, o Programa de Prevenção a Gravidez (PPP), para garantir que todas as mulheres e meninas estejam totalmente informadas sobre os riscos e a necessidade de evitar exposição ao valproato na gravidez. Para isso, um formulário com essas informações deve ser assinado e revisto anualmente.


Em 2022, uma comissão realizou uma revisão de segurança relacionada ao valproato. Essa revisão verificou que o medicamento vem sendo usado regularmente em mulheres, inclusive durante a gravidez. Verificou também os riscos em pacientes do sexo masculino. A comissão recomendou ações regulatórias para reforçar as medidas de segurança para o valproato.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


Vitamina B6 (piridoxina): Risco potencial de neuropatia periférica


A Autoridade regulatória da Austrália (TGA) reforçou os requisitos de rotulagem para produtos contendo doses diárias de 10 mg de vitamina B6 (piridoxina) para incluir um aviso sobre o risco potencial de neuropatia periférica.


Anteriormente, apenas os produtos que continham doses diárias acima de 50 mg eram obrigados a conter esse aviso. A dose diária máxima permitida de vitamina B6 em produtos também foi reduzida de 200 mg para 100 mg em adultos, com limites de dose diária mais baixos para crianças, a depender da idade.


A vitamina B6 está presente em muitos multivitamínicos e suplementos minerais. A neuropatia periférica é um efeito adverso conhecido da vitamina B6, e o diagnóstico tardio e a exposição contínua podem levar à sua progressão.


De acordo com a TGA, a neuropatia periférica pode ocorrer em doses abaixo de 50 mg/dia de vitamina B6, e quando as pessoas estão tomando vários produtos contendo a vitamina. O risco parece variar entre pessoas, sem uma dose mínima, duração de uso ou fatores de risco específicos.


Profissionais de saúde devem considerar a toxicidade da vitamina B6 em pacientes que apresentem sintomas de neuropatia periférica. Uma revisão da quantidade de vitamina B6 ingerida pelo paciente é recomendada. Deve-se ter especial atenção a fontes potenciais de B6, como multivitamínicos e produtos contendo magnésio e zinco, especialmente quando tomados em combinação.


Fonte: Who Pharmaceuticals Newsletter, no. 1, 2023.


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