Dexametasona foi capaz de reduzir as mortes por COVID-19 em pacientes com complicações respiratórias

A Universidade de Oxford noticiou que a dexametasona foi capaz de reduzir em um terço (1/3) a morte de pacientes com covid-19 que necessitaram de ventilação mecânica e em um quinto (1/5) em pacientes que precisaram de oxigênio. Apesar do resultado promissor em pacientes graves com complicações respiratórias, não foram encontrados benefícios do tratamento nos pacientes que não necessitaram de intervenção respiratória¹. Esses foram resultados do estudo RECOVERY (Randomized Evaluation of COVID-19 Therapy), um ensaio clínico randomizado que foi estabelecido em março e pretendeu testar diferentes tipos de tratamento em potencial para a COVID-19. Mais de 11.500 pacientes do Reino Unido participaram do estudo. Entre os medicamentos testados estava incluída a dexametasona, um corticóide. O artigo científico com os detalhes do estudo ainda não foi publicado. Com os resultados do estudo, os pesquisadores sugerem que os benefícios no tratamento podem superar os possíveis danos; uma vez que houve redução das mortes e não foram relatados eventos adversos graves durante o tratamento². O resultado é positivo inclusive quando comparado ao remdesivir. Enquanto a dexametasona demonstrou capacidade de reduzir as mortes, o remdesivir foi capaz de diminuir o tempo de internação dos pacientes. Entretanto, ao contrário da dexametasona, o remdesivir possui uma quantidade limitada disponível apenas para alguns hospitais, além de ter uma administração mais complexa em relação à dexametasona². Referências: ¹ University of Oxford. Low-cost dexamethasone reduces death by up to one third in hospitalised patients with severe respiratory complications of COVID-19. 2020. Disponível em: https://www.recoverytrial.net/news/low-cost-dexamethasone-reduces-death-by-up-to-one- third-in-hospitalised-patients-with-severe-respiratory-complications-of-covid-19

² Ledford, Heidi. Coronavirus breakthrough: dexamethasone is first drug shown to save lives. Nature, 2020. Disponível em: https://www.nature.com/articles/d41586-020-01824-5